sábado, 28 de dezembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 69ª Parte

   Quando Allan acordou, Pelékun e Thalatta cuidavam de Jack e Marton, e Niko dormia um profundo sono, do qual não parecia que ele sairia tão cedo. Ambos os feridos estavam um pouco melhores, mas não era nada definitivo. Já era manhã, mas esse foi um dia que amanheceu cheio de nuvens e chuva, muita chuva. Pelékun disse a Allan que era para ele ir comer no restaurante da taverna, e que não se preocupasse, pois tanto ele como Thalatta já haviam comido, e Niko ainda dormiria bastante. Allan olhou pela janela e viu, por instantes, a água que caia em pingos sobre as casas e sobre a rua, mais a frente a que caia sobre a floresta, por onde vieram a pouco tempo, onde o druida provavelmente estava. Olhou por instantes, e desceu para comer.
   O restaurante estava cheio, de forma que não haviam mesas livres para sentar. Muitos passaram a noite na taverna e ainda mais gente fugiu da chuva e do frio, e em vez de comer em casa, foram para a taverna, comer e beber sem preparar a comida, mesmo que pagando, e ainda ouvir música perto de lareiras quentes e belas. Dois elfos estavam tocando naquela manhã, eram músicas tristes e melancólicas, mas muito belas. As pessoas conversavam animadamente nas mesas cheias de comidas e bebidas. Os três servidores do restaurante corriam como loucos, com muitas bebidas e pratos. A maioria das pessoas nas mesas pareciam ser moradores da própria vila, sendo a minoria das pessoas as que mais faziam pedidos. Allan foi até o balcão, onde haviam bancos de madeira para se debruçar sobre o balcão. O garçom, que estava checando a ordem, veio atender a Allan, que fez seu pedido e começou a comer.
   Um pouco antes de Allan terminar de comer, entrou alguém na taverna que fez com que até a música parasse de ser tocada. Allan, que estava de costas para a porta se virou e viu quem era. Era o druida, totalmente ensopado, junto com dois meninos pequenos, com seus nove ou dez anos. Traziam, cada criança, um grande saco, que era arrastado pelo chão. O druida trazia um saco como o dos meninos e mais um saco, bem menor. Os três passaram direto pelo salão e se dirigiram ao quarto, fazendo com que fossem retomadas as conversas e a música. Allan, terminando de comer, um pouco depois, colocou seus gastos na conta do quarto e se dirigiu ao quarto.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 68ª Parte

   Thalatta bateu na porta, tirando a atenção de Allan de sobre Niko. Ele abriu a porta, e ela entrou dizendo "boa noite" e se deitando na sua cama, muito cansada. Niko ainda fazia suas misturas, até que os ingredientes misturados se tornaram grossas e úmidas papas de coloração entre o verde escuro e o marrom. A preparação levou quase meia hora. Prontas as misturas, Niko colocou um pouco de cada mistura dentro de um pano, que embrulhou a mistura paposa e úmida e foi embrulhado por outro pano, que ainda ficou úmido. Niko colocou cada pano embrulhado em um dos feridos, sendo um na testa de Marton e o outro sobre o peito de Jack, Allan passava mal diante do cheiro que os embrulhos carregavam. "Quando mais fede, melhor é o efeito" foi o que disse Niko, ao perceber o mal estar de Allan.
   Depois de tudo arrumado, Niko, com a faca, fez marcações nos potes e os guardou. Parecia bem cansado, logo que terminou o que estava fazendo, se dirigiu para a cama.
   -- Estou muito cansado, vou dormir agora. Quando Pelékun acordar, você pode dormir. Se acontecer alguma coisa, pode me acordar. O cheiro não é tão ruim assim, você já até se acostumou, não? Até a manhã -- E, enquanto falava, se deitava na cama. Depois de já estar na posição de dormir e quase desacordado, lembrou-se que tinha mais o que falar -- Ah! Vocês encontraram um druida? O que eu fiz serve para que eles melhorem um pouco, mas não tenho o conhecimento do que daria uma rápida e eficiente melhora física... Estou com muito sono... Cuide de nós... -- E dormiu.
   Allan voltou a tocar sua flauta, enquanto todos dormiam. Já era madrugada, mas o tempo agora passava um pouco mais rápido. O céu ainda estava tão escuro que a única luz era a da lanterna do quarto, que não conseguia clarear absolutamente nada fora dele, quando Pelékun acordou. Olhou para Jack e Marton, viu que Niko e Thalatta dormiam e que Allan vigiava a todos, enquanto tocava sua flauta. Mandou que Allan dormisse e disse que era seu turno. Assim, finalmente Allan pôde se deitar. Não imaginava que aquilo poderia acontecer, mas logo que deitou, o sono veio tão forte e rápido, que parecia até que estava desmaiando.

Aventuras de um Bardo - 67ª Parte



   Veio a noite. Pelékun dormia, próximo aos feridos, Thalatta saiu, talvez para beber, Niko ainda não havia aparecido e Allan estava no quarto, tomando conta de todos e tocando sua flauta. Marton e Jack estavam dormindo, feridos. Allan havia tocado algumas notas que fazem as pessoas se sentirem melhor e que fazem as pessoas dormirem, nessa hora tocava uma de suas músicas.
   Cada minuto que passava parecia ser uma eternidade que se findava, e já haviam passado algumas horas. Todos dormiam ou não estavam ali. Não havia nada a fazer, além de vigiá-los com cautela, tocar flauta e reparar as armas que ainda não tinham sido reparadas por Pelékun. Allan não sabia reparar armas, logo tentava passar o tempo tocando.
   Algumas horas depois, alguém bateu na porta, apressadamente. Allan foi até a porta e a abriu, era Niko, que quase atropelava Allan enquanto entrava. Antes que qualquer palavra fosse dita, Niko trazia um saco, o qual colocou perto de Marton, em cima da cama em que ele estava, e o abriu. Allan fechou a porta e se aproximou. Niko começou a tirar folhas e galhos, entre outras coisas estranhas, e mandou que Allan trouxesse três bacias, sendo uma com água.
   Allan trouxe o que foi pedido e, enquanto Niko colocava algumas coisas numa das bacias vazias, mandou que Allan buscasse agora um machucador, que estava junto às coisas dele, dois panos grossos, um copo, três colheres e uma faca. Rapidamente, Allan encontrou tudo o que Niko lhe havia pedido. Com tudo preparado, Niko começou a bater folhas, galhos, peles, dentes e fluídos, com água, sangue e outros líquidos, que Allan não reconheceu. Allan esteve paralisado observando o trabalho de Niko por dez minutos, até que Thalatta chegou, para dormir.