quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 16ª Parte

   Pelékun avançava com escudo erguido e machado arrastado ao chão, seu amigo vinha com um machado em cada mão e atrás de Pelékun. Os piratas se moveram, um para esquerda e um para a direita. O da direita era não só o que pegou a espada, como também que cortou a malha de Pelékun. Pelékun cerrou seus dentes e avançou. Seu amigo foi em direção ao outro.
   Pelékun chegou já atacando, quando se aproximou, levantou o machado e tentou afundá-lo no pirata, que bloqueou o ataque com a espada curta, que estava em sua mão esquerda, sendo esta quebrada em duas partes. Tendo desviado o ataque, o pirata atacou novamente com sua espada curva, mas dessa vez não havia vantagem. Pelékun empurrou o escudo na direção da espada com toda sua fúria, anulando o ataque, e, com, além de toda sua fúria, sua dor e rancor pelo inimigo, ergueu seu machado mais uma vez, e, quando o machado desceu, este foi pintado pela carne e pelo sangue pirata, iniciando sua trajetória no ombro direito, passando no meio dos peitos e no lado esquerdo abdominal, fazendo com que o pirata tombasse morto. Pelékun se virou, para ver como estava o duelo entre o outro pirata e seu amigo, o qual ele acreditava que vencia.
   Seu amigo estava todo ensanguentado, ainda de machados erguidos, e sua armadura estava no chão. Seu tronco tinha vários cortes na altura do peito, que teriam sido os que fizeram a cota de malha cair, tinha também um grande corte nas costas, do ponto mais alto ao mais baixo. Seus braços estavam com vários cortes fundos, que permitiam ver os ossos do braço. O seu rosto estava intacto, exceto pela falta da orelha esquerda, que estava no chão. Cada corte fez com que ele sangrasse muito. O pirata tinha perdido o braço esquerdo e tinha um corte vertical da direita para a esquerda na região do abdômen, que também sangrava muito. Mas ainda assim, o pirata devia estar ganhando, já que o amigo de Pelékun mantinha-se no lugar e o pirata se movimentava agilmente, avançando e recuando dele. Pelékun gritou para encorajar seu amigo, dizendo algumas palavras, já esquecidas. Este olhou para trás e sorriu. Se virou para o pirata, e, como se fosse a primeira vez em anos, avançou com seus machados. O pirata fez o mesmo, avançou sem hesitar. No encontro dos dois, o pirata flanqueou sua espada no abdômen do amigo de Pelékun, enquanto que este atacou o braço direito, com o machado esquerdo, e a perna esquerda, com o machado direito.

Aventuras de um Bardo - 15ª Parte

   Pelékun olhou rapidamente para trás, enquanto defendia outro golpe dos piratas, e viu seu grande amigo vir, correndo. Ele usava três machados, dois de uma mão e um de duas mãos, mais longo e pesado, e uma armadura de malha, como a de Pelékun. Quando apareceu, estava com os dois machados de uma mão, que estavam melados de sangue, sangue de algum pirata. Os piratas, ao verem que um novo inimigo aparecia, recuaram. Mas enquanto recuavam, um deles pegou a espada curta do chão. Alguns segundos depois, o rapaz subiu.
   Ele olhou para Pelékun e ficou abismado com o corte na malha, por muito pouco não estaria sangrando, e muito. Mas era algo que julgava difícil acontecer, Pelékun receber um ataque direto no corpo. Como Pelékun estava desarmado, ele quis emprestar um dos machados de uma mão para Pelékun. Mas Pelékun quis usar o de duas mãos, e foi o que aconteceu.
   Os piratas somente observavam os dois, com uma confiança incrível em sua vitória. Até mandaram que Pelékun e o amigo se apressassem, já que tinham uma cidade para saquear. Pelékun pegou o machado com a mão direita, era tão pesado que não podia sustentá-lo no ar por mais de dez segundos. Optou por arrastar o machado pelo chão, já que tinha o escudo no braço esquerdo. Quando Pelékun ergueu seu escudo novamente, os piratas voltaram a se movimentar de um lado ao outro. Pelékun avançou com toda velocidade em direção aos piratas, focando o que o havia acertado, seu amigo estava logo atrás.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 14ª Parte

   No alto de um monte, no deserto, Pelékun lutava contra dois piratas. Era sua primeira batalha real, e ele se via em desvantagem contra dois piratas, que, provavelmente, já haviam lutado inúmeras vezes. Pelékun mantinha seu escudo levantado, enquanto que os inimigos se movimentavam rapidamente, procurando pela inevitável abertura. Não tendo encontrado uma abertura rapidamente, e, talvez, por pressa, um dos piratas avançou para atacar Pelékun, impaciente. Seu ataque foi parado pelo escudo de Pelékun, que, em seguida, atacou, com sua espada curta, o tronco desprotegido do pirata. Antes que o ataque encontrasse a carne do pirata, surgiu um ataque sobre a espada, do outro pirata, que fez Pelékun soltá-la e ser lançada a alguns metros de onde eles estavam.
   Pelékun, logo que soltou a espada, fechou sua guarda, com o escudo. Após o ataque na espada, os piratas iniciaram um ataque furioso contra Pelékun, que ainda conseguiu defender-se, com o escudo. Depois de muitos ataques, o escudo começou a pesar no braço de Pelékun, que estava suando frio, com o que acontecia, enquanto que os piratas estavam atacando, sem pausa, a algum tempo. De repente, um vacilo de Pelékun. Um dos piratas se movimentou para a direita e atacou o ombro dele, e Pelékun colocou o escudo de frente para o ataque, deixando o corpo desprotegido. Foi ai que a espada do outro pirata cortou a malha da armadura, e um pouco da carne do tronco de Pelékun. Foi a primeira vez que havia levado um corte no corpo. O que sentiu, primeiramente, foi dor, depois um ardor, tanto na ferida como na cabeça, que ficava cada vez mais confusa e temerosa. Pela primeira vez, sentiu medo de morrer. Sabia que poderia morrer ali. Rapidamente, ignorando o ataque, fechou sua guarda novamente, mas já estava recuando até a descida do monte, quando ouviu um grito, que disse "Ei!".

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 13ª Parte

   E lá se foi o escudo voador, levando alguns galhos das arvores no caminho, cortando o vento com audácia, e se aproximando do coelho. Quatro segundos até alcançar o alvo, que estava a mais de cento e cinquenta metros de distância. O animal nem soube o que lhe aconteceu, quando foi decapitado por um escudo, que, além de toda proeza já feita, voltou na mesma velocidade que foi, e Thalatta ainda segurou o escudo que voltou, com a mão esquerda! Era um bumerangue! Do tamanho de um escudo, com cara e desenho de escudo! Quão grande e poderosa arma essa mulher carrega, pensou Allan. Os dois foram pegar o coelho, decapitado, e voltaram ao resto do grupo.
   Havia já construída uma mesa e uma fogueira. Na mesa, seis pratos, com grãos. Logo que chegaram, o homem de armadura tomou o coelho das mãos de Allan e foi preparar o prato principal, coelho assado. Enquanto pegava o coelho, se apresentou. Seu nome era Pelékun, Allan o acompanhou e ajudou na preparação do coelho, enquanto ouvia suas histórias.
   Um garoto do Deserto, cresceu com muitos problemas e incertezas, já que no Deserto o que mais importa é o laboratório de estudos científicos e biológicos de Sharprine. E, acima de tudo, ele não morava na Vila dos Sábios - onde fica o laboratório - mas morava em uma cidade vizinha, de pouquíssima fama. Desde garoto, foi fascinado por escudos. Até teve um professor, que o ensinou o básico da técnica de espada e escudo, apesar de agora ele usar um machado. Um dia, piratas que queriam chegar na Vila dos Sábios tentaram saquear a cidade em que ele morava. Seu mestre, que era o líder do grupo de defesa, liderou os guerreiros e Pelékun numa longa batalha. Nesse dia, Pelékun se viu lutando contra dois piratas no alto de um monte, de uma pequena fazenda. Cada pirata usava roupas leves e uma espada curva, Pelékun estava com sua cota de malha, que protegia seu tronco, seu escudo e sua espada curta.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 12ª Parte

   O grupo ia passando por um dos portões da vila, não era algo enorme nem maciço, era o bastante para pessoas não passarem, quando um dos guardas se aproximou. Ele perguntou onde íamos, Jack respondeu que íamos para o leste. O guarda nos falou para ter cuidado quando passarmos da parte visível. Nem o cachorrinho, nem Grundor seguiram após o portão, que, visto de longe, ficava ainda menor. Andaram alguns quilômetros e pararam para descansar, os homens montaram uma mesa, enquanto que Thalatta iria caçar.. Como caçar com um escudo? Allan pediu para acompanhá-la.
   Saíram, os dois, enquanto que o restante do grupo arrumava a mesa. Levaram alguns minutos até encontrarem o primeiro alvo, um coelho. Começaram a seguir o coelho, até que ele estivesse em um local sem espaço pra fugir. Quando aconteceu, Allan pegou sua faca e se preparou para avançar no animal. Thalitta o segurou, ela faria tudo. Rapidamente ela, tomando seu escudo, apoiou-o nas costas e lançou-o na direção do coelho, Allan ficou paralisado, olhando tão grande escudo voando em tamanha velocidade.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 11ª Parte

   Allan continuou tocando, enquanto que a mulher ficou parada, pela surpresa, olhando para ele. Depois de alguns segundos, Allan parou de tocar e olhou para ela.
   --É uma bela musica... -- Disse a mulher, de alguma forma sem jeito.
   --É sim, eu tocava junto com uns amigos. E a primeira fui eu que fiz. -- Disse Allan, enquanto olhava a bela figura, ainda sentada no chão da porta do quarto em que estava. Se levantou, foi até onde ela estava, e estendeu a mão -- Quer ouvir outra música?
   --Acho que sim... Depois durmo, sempre demoro pra dormir quando tenho um trabalho pra fazer... -- Ela pegou a mão de Allan, e, com sua ajuda, levantou. Então se sentou na borda da cama -- Meu nome é Thalatta.
   Allan ainda tocou outras três músicas antes de ambos irem dormir, em seus quartos. Marton parou de roncar na segunda música. No outro dia, Allan encontrou, na sala, a mesa, que tinha os mapas e informações, com uma linda ceia, a mais linda que já havia visto. Tinha morangos, maçãs, acerolas, uvas e um melão, vários grãos e várias bebidas. Marton comia compulsivamente, Thalatta estava bebendo algo, num copo prateado, Grundor estava servindo as bebidas, já devia ter tomado o café da manhã antes dos outros. Jack não estava na sala, ou estava dormindo, ou já tinha comido, os dois homens também não estavam lá. Depois do café, encontrou os três conversando no térreo. Saíram da cidade logo que o sol começou a aparecer.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 10ª Parte

   Naquela noite foi bem difícil dormir. Apesar de ter encontrado uma ótima cama de palha, além de uma brisa leve e do ar geladinho. Estava muito nervoso, ia sair numa aventura! Junto a ele, no quarto, estava Marton, num sono tão profundo, que estava roncando bem alto, tão alto que podia ser ouvido em todos os quartos. Grundor já passara no quarto duas vezes, pra saber o que teria acontecido. Mas silenciar o rapaz, que é bom, ninguém fez. Tendo desistido de dormir, Allan pegou sua flauta de prata e, tendo se sentado na borda da cama, começou a tocar uma música que gostava.
   Enquanto tocava, percebeu que alguém estava na porta, ouvindo atentamente à musica. Parecia ter gostado. A música não tinha nenhuma característica especial, nem era tão difícil de tocar, mas era muito bonita, não se pode negar. Uma combinação de vários graves, intercalados com agudos, num ritmo meloso e sonhador. Allan tocava esta música muito bem, já que, além de ser sua primeira criação, era sua música favorita.
   Tendo terminado, tocou algumas notas, que têm o efeito de fazer dormir, levantou e foi até a porta. Lá estava a mulher,ajoelhada no chão, dormindo, com a cabeça encostada na porta. Allan deixou a porta aberta e voltou a tocar, na cama. Dessa vez, era uma música mais animada, parecia faltar alguma coisa nela, provavelmente uma base instrumental. Em pouco tempo, a mulher acordou, sendo pega de surpresa pela porta aberta.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 9ª Parte

   --Muito bem, vou começar, é uma longa história, e eu vou me esforçar para resumi-la. Quando eu era jovem, eu era bem forte. Era forte o bastante para sobreviver. Em uma de minhas aventuras, obtive, na minha parte, uma joia tão brilhante quanto o sol. Na verdade, nós encontramos quatro delas, e, sendo cinco, cada um recebeu uma, e um outro recebeu outro artefato. -- Grundor fez uma pausa para ver se estavam prestando atenção ao que dizia, e voltou a falar -- Parece que os outros três aventureiros criaram coisas impressionantes com essas joias, um deles criou uma espada, outro um machado e o outro... Dizem que ele criou algo que o permite voar pequenos trajetos. Não sei o que ele fez. O que importa é que o quinto membro roubou a minha joia, já que não mexi nela e guardei-a como lembrança. Não sei o que ele quer fazer, mas aquela é minha joia.
   --Então, nós vamos invadir o local onde ele está e tomar a tal pedra, seja lá o que for. -- Jack cortou a fala do anão -- O problema é que ele não roubou sozinho, estava com um grupo. E por isso fomos chamados, certo?
   --Isso, e também eu estou já muito velho para as aventuras. Mas não deverá ser um problema que vocês não possam resolver. Eu já mostrei onde eles estão escondidos, não terão que procurar. Como recompensa terão a quantia de dez moedas de ouro, o que já é muito, e poderão levar qualquer coisa, exceto a joia, que encontrarem lá.
   --E quando saímos? -- Disse Allan, claramente ansioso com a aventura.
   --Amanhã, pela manhã. E já podemos ir descansar e nos preparar, certo chefe? -- Respondeu Jack, com um sorriso bem tosco, tosco pelas cicatrizes, as quais Allan não havia se acostumado, e feliz.
   --Sim, podem ir já. Eu vou preparar o café de vocês e vou dormir, também. Boa noite.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 8ª Parte

   --Muito bom, mas o meu guarda costas vai ficar bem? -- Perguntou Grundor, enquanto acariciava o rosto do cachorro, que ainda estava gigantesco. -- Ele já devia ter melhorado, tem uma grande resistência.
   --As únicas coisas que fiz foram atacar duas vezes a perna e uma no focinho, o restante é psicológico e o efeito não deve passar em mais que cinco minutos... Ele não sofreu quase nada de grave. -- Disse Allan, que parecia despreocupado em relação ao animal. -- Bom, e o que iremos fazer, como trabalho, agora que estou no grupo?
   --É uma longa história. Basicamente, vamos tomar de volta algo que é do chefe. -- Disse Jack, com os braços cruzados e um olhar distante, de alguma forma feliz -- Mas vamos voltar, já que não temos mais nada pra fazer aqui. -- Dizia enquanto já andava, todos os outros o acompanharam.
   Allan já conhecia Grundor, seu chefe, Jack e Marton. Parecia que ainda não confiavam nele. O homem de armadura, o homem sem cicatrizes e a garota sequer haviam falado um pouco com ele, ao invés disso, frequentemente a garota trocava rápidos sinais com o homem sem cicatrizes, o que Allan achou um pouco estranho, mas não se preocupou com isso. Pouco depois de terem saído do jardim, cerca de um minuto, apareceu o cachorro, em seu tamanho natural, pequeno, correndo até o grupo e, chegando, acompanhando o grupo.
   Chegaram na propriedade de Grundor, entraram na casa e subiram para a mesma mesa. O cachorro ficou no térreo, descansando. Allan não pôde ver sinais de sua luta, o cachorro não mancava, nem perdia o equilíbrio. Uma restauração total em um minuto! Era um monstro aquele cachorro, foi muita sorte ter armas que não o colocaram em perigo contra o cachorro. Ao subirem, sentaram nos mesmos lugares de antes, e Grundor começou a explicar o plano.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 7ª Parte

   Enquanto o cachorro recobrava o equilíbrio, Allan já havia tocado outras quatro notas. O cão se virou, e lá estava Allan, avançando, com a flauta na mão esquerda, na direção dele. Sem reação, o cachorro levou uma marretada no focinho, e um chute na pata esquerda, o que o fez recuar para a direita. Allan tocou, então, uma outra nota, que fez o animal dar um urro de dor. O monstro começou a cambalear, atordoado. Allan, enquanto avançava, tirou uma faca das costas, com a mão direita, e, num salto, montou no cachorro.
   Tocou a mesma nota, e a perna esquerda fraquejou, enquanto o focinho começou a sangrar. O cachorro desabou, e Allan colocou a faca junto ao pescoço do cachorro, que sofria muito. Acabou. Os seis, que assistiam, levantaram-se. Jack esboçava um sorriso tão grande, que conseguia ficar mais feio que o natural, mas ainda assim, esse mesmo sorriso animou Allan, que sentiu que havia passado no teste.
   --Bem, você passou. O que fez com meu cãozinho? -- Disse o anão, admirado. -- Ah, me chamo Grundor, e serei seu chefe.
   --Hum... Primeiro eu danifiquei a visão dele, pra não morrer. Depois dei um estalo no ouvido dele, pra ele perder o equilíbrio, aí, enquanto ele se virava, eu intensifiquei o tato, ofusquei o olho esquerdo e paralisei ele por um instante...Depois de o acertar, intencionei a sensação de dor. Por fim, intencionei novamente a dor, para que ele tombasse.
   --Um bom garoto. -- Disse Jack, enquanto dava uns tapas nas costas de Allan. -- Não disse que ele ia passar?

sábado, 5 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 6ª Parte

   --Este será um teste de habilidade, não quero ver um final rápido, então não morra, e mostre-nos o que você pode fazer. -- Disse o anão, enquanto tirava a coleira do cachorro -- Está pronto?
   Allan pegou a flauta e ficou parado, se concentrando. Depois de alguns segundos, o anão disse alguma coisa nos ouvidos do cachorro e se afastou, sentando junto com os outros. O cachorro começou a rosnar para Allan, que assumiu uma pose de batalha. Em poucos segundos, o cachorro, que já era grande, começou a crescer e ficou com uns dois metros de altura. No momento em que parou de crescer, avançou em Allan, que estava admirado  com o animal.
   Em um instante, o cachorro, agora gigante, alcançou Allan, dando-lhe uma cabeçada, que acertou em cheio no tronco, lançando Allan no ar. Por ter se impulsionado para trás no ultimo momento, manteve o equilibrio e não foi derrubado. Logo que aterrissou, tocou uma nota e olhou o inimigo, que já estava chegando nele. Com um impulso para a esquerda, escapou da investida do animal, enquanto tocava outra nota.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 5ª Parte

   --Certo... Quem é você, e o que faz em minha propriedade? -- Disse o anão, ao levantar-se, com as mãos na mesa.
   --Eu me chamo Allan, e gostaria de me juntar a vocês. -- Disse num tom decidido.
   --Ele disse que queria saber como é ser "como nós", quer ir conosco. -- Disse o homem da faca, em tom irônico, enquanto dava tapinhas no topo da cabeça de Allan. -- Não me apresentei ainda, me chamam por Jack. -- Depois de falar, levantou-se e colocou sua adaga e uma espada, que estava em suas costas, na parede, junto com outras armas que estavam ali.
   --Eu sou o Marton! -- Disse o garotinho, com um sorriso aberto, talvez por saber que haveria alguém com menos experiência que ele.
   --E o que o faz pensar que se juntará ao grupo assim? -- Disse o homem das roupas de pano, enquanto coçava a cabeça.
   --Você pode fazer o algo de útil para o grupo? -- Disse o anão, debruçando-se com os braços na mesa. -- Quer tentar provar?
   --Qualquer coisa. Ele vai conseguir, se não for difícil. -- Disse Jack, que voltava ao seu assento.
   --Então eu devo testá-lo? -- O homem de armadura disse, olhando fixamente para Allan.
   --Você é difícil. -- Disse Jack, coçando o cavanhaque, indo em direção ao anão. -- Que tal o guarda da casa? -- Colocou as mãos nos ombros do anão, como a incentivá-lo.
   --Tem certeza..? O rapaz poderá morrer. -- Disse num tom preocupado. --Bem, alguém tem alguma objeção? Se não, vamos levá-los a um local aberto.
   Nenhum deles se opôs, então desceram os sete, o anão colocou uma coleira no cachorro, e todos saíram. Foram até um jardim vazio, eram duas e meia da manhã, no jardim haviam umas poucas arvores, não frutíferas, e um pequeno lago. Estava um pouco frio, e escuro, a brisa estava um pouco forte, e o chão meio úmido, Allan estava confiante. Logo que chegaram, os cinco caçadores encontraram um lugarzinho para sentarem e assistirem. O anão estava com o cachorro na coleira, e mandou Allan se afastar.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 4ª Parte

   Subiram a escada. No segundo andar, estavam os cinco, sentados em uma mesa, com uma lâmpada de óleo ligada, com uma cadeira vazia. Ao se virarem, todos ficaram espantados em ver o bardo ali. O homem que havia espionado Allan se sentou na ultima cadeira e apontou um banco, para ele. Allan foi buscar o banco, e, enquanto se aproximava da mesa, deu uma boa olhada em cada um.
   A mulher usava uma micro-armadura, que protegia apenas os seios, o ante-braço e as pernas. Tinha a pele escura e cabelos negros, cacheados, que iam até o ombro. No braço esquerdo, tinha uma pequena cicatriz, que parecia ser de um corte profundo. Seu escudo estava encostado na parede. Allan só não se apaixonou por ela, por causa do modo como ela o olhava. O anão gordo vestia um terno de um ótimo material, de coloração esverdeada. Tinha muitos papéis na mão esquerda, e uma pena, de escrever, na direita. Na mesa haviam alguns outros papéis, que deviam ser dele também. À esquerda do anão, estava um rapazinho, que devia ter, no máximo, quinze anos. Sua armadura era uma pequena malha de couro, que protegia os ombros, peitos e dos quadris até o joelho. Por baixo, usava uma calça de pano, e um par de luvas e botas, ambas de couro. Devia estar em uma de suas primeiras aventuras. Ao seu lado, estava um homem já não tão novo. Apesar disso, não tinha cicatrizes, mas também não usava roupas pesadas, ao invés disso, toda sua vestimenta era de pano, mas coloridas em verde e preto. À direita do anão estava a garota, depois dela, um outro homem, negro, muito forte, de armadura. A armadura era de prata, cheia. Deixava só o rosto de fora. Era o único da sala que não olhou para Allan. Ao seu lado estava o rapaz que o trouxe. Allan colocou o banco entre ele e o homem da roupa de pano.


Aventuras de um Bardo - 3ª Parte

   Logo desceu o anão gordo, que olhou para a garota e a chamou, acordando-a. O cachorro continuou em seu profundo sono, e os outros dois subiram ao segundo andar. Quando Allan se viu livre para voltar a espionar, ouviu ao pé do ouvido direito uma voz.
 -- O que você quer aqui..? Está querendo se machucar? -- Allan foi tomado de um terror, e não pôde se mover, finalmente lembrou que o grupo tinha seis pessoas, e ele espionava cinco. O tempo todo, ele estava sendo espionado por aqueles a quem espionava. -- Você tem duas alternativas, -- Continuou a voz -- ou sai daqui, sem olhar para mim, ou sobe comigo e diz o que quer. E então?
 -- Eu... Gostaria... De saber como vocês vivem. -- Aos poucos, o terror ia diminuindo, e a coragem voltava a correr no sangue, a pouco gelado, de Allan.
 -- Vocês?!? Quem pensa que somos?
 -- Caçadores de recompensa, não? E o anão, dono dessa casa, é o chefe de vocês. -- Com toda sua pouca coragem, se virou para a pessoa que estava ao seu lado. Teria preferido não o ter feito.
  Quem estava ao seu lado era um homem, o mais feio que já havia visto. Seu rosto era todo marcado de cortes e queimaduras, a pior era uma queimadura em forma de infinito, sobre os olhos e no lugar das sobrancelhas. Tinha um corpo forte, talvez um metro e setenta de altura e uns oitenta quilos. Sua única arma era uma adaga de lâmina vermelha, que estava a pouco no pescoço de Allan. Ficou decidido que subiriam.

Aventuras de um Bardo - 2ª parte

   O grupo que interessou Allan ficou na taverna até que esta fechasse. Ao saírem, deu 5 minutos antes de segui-los. Por ser um estudante de música, Allan tem uma ótima audição, o que ajuda muito em sua espionagem. Seguindo o grupo de longe, percebe que os cinco entram em uma das muitas casas da vila. Allan fica apreensivo, mas não poderia desistir agora. Se aproxima da porta o mais silenciosamente possível e entra.
   A casa é estranhamente grande. Ao entrar, Allan da de cara com uma sala bem mobiliada, uma escada para o segundo andar, e um cachorro, junto com a garota do escudo, ambos dormindo. De repente, o focinho do cachorro balança. Allan se apressa em pegar sua flauta, ainda dá tempo de o cachorro abrir os olhos, mas Allan toca, a tempo, uma nota na flauta, que faz com que o cachorro volte a dormir. Mas a nota foi ouvida por mais alguém, que estava no segundo andar, que liga a luz. Enquanto surge uma sombra no topo da escada, Allan se esconde, atrás de um sofá, na sala de entrada.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 1ª parte


Allan é um jovem homem, nascido em uma vila, perto de Carly. Quando mais novo, se interessou pela música, e aprendeu a tocar muitos instrumentos, principalmente a flauta, seu instrumento principal. Enquanto jovem, rumores de aventuras, batalhas e guerras o fizeram se interessar pela arte de destruir. Logo se pôs a estudar os impactos que a música poderia causar, e assim criou o seu estilo de luta, com a sua flauta de prata. Um dia, numa viagem de navio, eu estava ouvindo uma história intrigante, de quando ele saiu numa expedição, numa caverna subterrânea.
Tudo começou quando, precisando de dinheiro para ajudar na renda de casa, Allan foi procurar por um trabalho. Por saber somente tocar instrumentos, por assim dizer, acabou tocando, por algumas noites, numa taverna chamada “Mão De Ouro” – da qual nunca ouvi falar, disse que fica entre Carly e Filomentes, em uma pequena vila. Em uma noite qualquer, enquanto tocava, havia uma mesa, onde estavam três caras com cara de perigosos, e um baixinho, um anão gordo, conversando já a mais de uma hora. Ainda chegaram mais um homem e uma mulher, todos perigosamente armados – até tinha sido a primeira vez que viu uma mulher carregar um escudo tão grande. Naquela noite, Allan decidiu espionar aquele grupo.