sábado, 28 de dezembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 69ª Parte

   Quando Allan acordou, Pelékun e Thalatta cuidavam de Jack e Marton, e Niko dormia um profundo sono, do qual não parecia que ele sairia tão cedo. Ambos os feridos estavam um pouco melhores, mas não era nada definitivo. Já era manhã, mas esse foi um dia que amanheceu cheio de nuvens e chuva, muita chuva. Pelékun disse a Allan que era para ele ir comer no restaurante da taverna, e que não se preocupasse, pois tanto ele como Thalatta já haviam comido, e Niko ainda dormiria bastante. Allan olhou pela janela e viu, por instantes, a água que caia em pingos sobre as casas e sobre a rua, mais a frente a que caia sobre a floresta, por onde vieram a pouco tempo, onde o druida provavelmente estava. Olhou por instantes, e desceu para comer.
   O restaurante estava cheio, de forma que não haviam mesas livres para sentar. Muitos passaram a noite na taverna e ainda mais gente fugiu da chuva e do frio, e em vez de comer em casa, foram para a taverna, comer e beber sem preparar a comida, mesmo que pagando, e ainda ouvir música perto de lareiras quentes e belas. Dois elfos estavam tocando naquela manhã, eram músicas tristes e melancólicas, mas muito belas. As pessoas conversavam animadamente nas mesas cheias de comidas e bebidas. Os três servidores do restaurante corriam como loucos, com muitas bebidas e pratos. A maioria das pessoas nas mesas pareciam ser moradores da própria vila, sendo a minoria das pessoas as que mais faziam pedidos. Allan foi até o balcão, onde haviam bancos de madeira para se debruçar sobre o balcão. O garçom, que estava checando a ordem, veio atender a Allan, que fez seu pedido e começou a comer.
   Um pouco antes de Allan terminar de comer, entrou alguém na taverna que fez com que até a música parasse de ser tocada. Allan, que estava de costas para a porta se virou e viu quem era. Era o druida, totalmente ensopado, junto com dois meninos pequenos, com seus nove ou dez anos. Traziam, cada criança, um grande saco, que era arrastado pelo chão. O druida trazia um saco como o dos meninos e mais um saco, bem menor. Os três passaram direto pelo salão e se dirigiram ao quarto, fazendo com que fossem retomadas as conversas e a música. Allan, terminando de comer, um pouco depois, colocou seus gastos na conta do quarto e se dirigiu ao quarto.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 68ª Parte

   Thalatta bateu na porta, tirando a atenção de Allan de sobre Niko. Ele abriu a porta, e ela entrou dizendo "boa noite" e se deitando na sua cama, muito cansada. Niko ainda fazia suas misturas, até que os ingredientes misturados se tornaram grossas e úmidas papas de coloração entre o verde escuro e o marrom. A preparação levou quase meia hora. Prontas as misturas, Niko colocou um pouco de cada mistura dentro de um pano, que embrulhou a mistura paposa e úmida e foi embrulhado por outro pano, que ainda ficou úmido. Niko colocou cada pano embrulhado em um dos feridos, sendo um na testa de Marton e o outro sobre o peito de Jack, Allan passava mal diante do cheiro que os embrulhos carregavam. "Quando mais fede, melhor é o efeito" foi o que disse Niko, ao perceber o mal estar de Allan.
   Depois de tudo arrumado, Niko, com a faca, fez marcações nos potes e os guardou. Parecia bem cansado, logo que terminou o que estava fazendo, se dirigiu para a cama.
   -- Estou muito cansado, vou dormir agora. Quando Pelékun acordar, você pode dormir. Se acontecer alguma coisa, pode me acordar. O cheiro não é tão ruim assim, você já até se acostumou, não? Até a manhã -- E, enquanto falava, se deitava na cama. Depois de já estar na posição de dormir e quase desacordado, lembrou-se que tinha mais o que falar -- Ah! Vocês encontraram um druida? O que eu fiz serve para que eles melhorem um pouco, mas não tenho o conhecimento do que daria uma rápida e eficiente melhora física... Estou com muito sono... Cuide de nós... -- E dormiu.
   Allan voltou a tocar sua flauta, enquanto todos dormiam. Já era madrugada, mas o tempo agora passava um pouco mais rápido. O céu ainda estava tão escuro que a única luz era a da lanterna do quarto, que não conseguia clarear absolutamente nada fora dele, quando Pelékun acordou. Olhou para Jack e Marton, viu que Niko e Thalatta dormiam e que Allan vigiava a todos, enquanto tocava sua flauta. Mandou que Allan dormisse e disse que era seu turno. Assim, finalmente Allan pôde se deitar. Não imaginava que aquilo poderia acontecer, mas logo que deitou, o sono veio tão forte e rápido, que parecia até que estava desmaiando.

Aventuras de um Bardo - 67ª Parte



   Veio a noite. Pelékun dormia, próximo aos feridos, Thalatta saiu, talvez para beber, Niko ainda não havia aparecido e Allan estava no quarto, tomando conta de todos e tocando sua flauta. Marton e Jack estavam dormindo, feridos. Allan havia tocado algumas notas que fazem as pessoas se sentirem melhor e que fazem as pessoas dormirem, nessa hora tocava uma de suas músicas.
   Cada minuto que passava parecia ser uma eternidade que se findava, e já haviam passado algumas horas. Todos dormiam ou não estavam ali. Não havia nada a fazer, além de vigiá-los com cautela, tocar flauta e reparar as armas que ainda não tinham sido reparadas por Pelékun. Allan não sabia reparar armas, logo tentava passar o tempo tocando.
   Algumas horas depois, alguém bateu na porta, apressadamente. Allan foi até a porta e a abriu, era Niko, que quase atropelava Allan enquanto entrava. Antes que qualquer palavra fosse dita, Niko trazia um saco, o qual colocou perto de Marton, em cima da cama em que ele estava, e o abriu. Allan fechou a porta e se aproximou. Niko começou a tirar folhas e galhos, entre outras coisas estranhas, e mandou que Allan trouxesse três bacias, sendo uma com água.
   Allan trouxe o que foi pedido e, enquanto Niko colocava algumas coisas numa das bacias vazias, mandou que Allan buscasse agora um machucador, que estava junto às coisas dele, dois panos grossos, um copo, três colheres e uma faca. Rapidamente, Allan encontrou tudo o que Niko lhe havia pedido. Com tudo preparado, Niko começou a bater folhas, galhos, peles, dentes e fluídos, com água, sangue e outros líquidos, que Allan não reconheceu. Allan esteve paralisado observando o trabalho de Niko por dez minutos, até que Thalatta chegou, para dormir.

sábado, 19 de outubro de 2013

Aventuras de um Bardo - 66ª Parte

   Assim a carroça seguiu na direção norte, durante horas e horas, com várias paradas para descanso dos cavalos e para se fazer lanches e ver o estado dos feridos. Um pouco antes do por-do-sol, encontraram uma vila. Mas haviam subido muito, a temperatura dali já era um pouco mais fria que de onde vieram e, ao longe, dava para ver as montanhas geladas do norte.
   Entrando na vila, procuraram saber onde estavam. Era uma vila a nordeste da cidade de preparação do exército. Quase que na fronteira com Yazar. Niko ainda mandou que Allan e Thalatta procurassem um curandeiro, enquanto que Pelékun cuidava de Jack e Marton e ele procurava algumas ervas nos arredores. O grupo ficou hospedado na taverna da vila.
   Allan e Thalatta encontraram um druida chamado Haser, que se dispôs a ajudá-los, sendo que teria de ver como os pacientes estavam e, depois, pegar tudo o que precisasse.
   Levaram o druida até a taverna, e, após esconder a pedra de Grundor, levaram ele até Marton e Jack. O druida pareceu preocupado ao ver como Jack estava, Marton não era problema. Pelékun perguntou o quanto levaria para que ficassem melhores, e o druida lhe disse que Marton não precisaria de mais que três dias, já Jack necessitava de, no mínimo, uma semana sob seus cuidados. Logo que averiguou o estado de seus pacientes, o druida foi buscar o que precisava, ficou de voltar pela manhã do dia seguinte. Niko ainda não havia voltado.


sábado, 5 de outubro de 2013

Aventuras de um Bardo - 65ª Parte

   Rapidamente, Allan voltou, deixando Niko e Thalatta em sua batalha. Chegando na encruzilhada, onde estavam Pelékun, Jack e Marton, lhes disse que encontrara Niko e Thalatta, como também uma carroça em bom estado, para voltarem. Pelékun carregava Jack e Allan carregava Marton, quando chegaram à entrada da caverna, onde Niko e Thalatta estavam.
   Os inimigos estavam todos mortos. Niko tinha sangue nas roupas, e Thalatta no escudo, havia, também, muito sangue no chão e nas arvores próximas. Allan não teve tempo de contar o número de corpos, mas eram mais de vinte, segundo ele. Niko e Thalatta estavam apanhando as flechas que Niko atirara, e Allan e Pelékun levavam Jack e marton para a carroça. Pouco tempo depois, estavam Niko e Pelékun dirigindo a carroça, e Allan e Thalatta nos fundos dela, conversando sobre a caverna, na verdade Allan falando, quase que sozinho, sobre o que acontecera após a separação do grupo.
   Como não sabiam onde haviam saído, Pelékun e Niko, após uma breve discussão, decidiram partir para o norte, até encontrar algum lugar conhecido, já que a caverna era muito grande e larga para escalar ou arrodear, e ninguém queria ter que passar por dentro, principalmente com os feridos.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Aventuras de um Bardo - 64ª Parte

   Allan coloca as mãos dentro da camisa, e tira de lá a pedra amarela, que Pelékun e Jack identificam como a pedra de Grundor. Pelékun apóia Jack em suas costas, pega a pedra de Allan e vai saindo da sala.
   -- Não temos mais nada o que fazer aqui. Vamos voltar rápido.
   -- Jack está bem? -- Retrucou Allan, assustado com o corpo roxo de Jack -- Ele não me parece nada bem.
   -- Ele ainda está bem, se conseguirmos voltar a tempo, continuará, se não... Pode acontecer o pior. Mas você se saiu bem, como ele disse no início -- Já passando da segunda porta e do homem decapitado e paralisado, enquanto subia as escadas, atrás de Allan, que ia armado, colocou a mão direita no ombro de Allan, que parou -- Ele deve estar bem feliz. E você, você está tendo sua aventura, e sem nenhum ferimento muito grave.
   Subiram mais escada, e passaram pela casa, escura. Na porta, vários corpos dos pequenos inimigos, que Allan deixou nas mãos de Pelékun. Andando pela cidade subterrânea, na volta, ainda apareciam, pelo caminho, um ou outro pequeno goblin, mas nenhum tinha a audácia de tentar interceptar os três, que andavam em silêncio. Terminando de passar a cidade, subiram a escada na qual o grupo se separou. Subindo, encontraram, ali onde deixaram, Marton, ainda descansando. Allan deixou Pelékun e Jack ali e continuou subindo as escadas, até dar numa saída, atrás das montanhas, onde estavam Niko e Thalatta, em meio a muitos corpos caídos e alguns inimigos sendo mortos. Vários corpos divididos pelo escudo dela, e ainda mais com flechas, dardos e cortes de faca. Nenhum deles tinha machucados no corpo. Da saída da caverna, Allan logo avistou uma carroça com três burros.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 63ª Parte

   Jack ficou sentado, observando o lobisomem, que também estava sentado, mas com os olhos fechados. Jack parecia estar mudando de cor, sua pele começara a ficar roxa, mas ele sorria ao ver o sofrimento do lobisomem, que não conseguia mexer nem o braço esquerdo, nem a perna direita, e ainda tinha a faca de Jack na mão direita, estando sangrando muito. Pelékun estava ainda tentando se soltar da parede, mas, ao ver Jack caindo, parou de se debater e, após alguma meditação, fez um estrondo, que chamou a atenção do lobisomem, que se virou para ele, ficando de costas para Allan, enquanto, com um grande espasmo corporal, acompanhado de uma expansão muscular fantástica, que fez com que ele se soltasse e aterrissasse no chão, logo antes de ir até Jack.
   Enquanto Pelékun ia até Jack, Allan, que estava atrás das costas do lobisomem, iniciou uma série de ataques à coluna vertebral do lobisomem, até este tombar para frente. Tendo o lobisomem caído imóvel, Allan foi ao socorro de Jack.
   Jack parecia estar com algumas costelas quebradas e alguma delas ainda perfurou o pulmão. Com isso, Jack estava com a respiração muito fraca. Pelékun vai até o local onde seu machado caiu, quando foi lançado, e, com o machado em mãos, dá várias pancadas na cabeça do lobisomem, que faz um curto movimento brusco ao primeiro ataque, e deixa de se mover. Finalmente morto, depois de tanto trabalho.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 62ª Parte

   Enquanto Jack recobrava o equilíbrio, Allan se aproximava do lobisomem, que continuava com os ataques aleatórios. Allan passou por baixo das garras do lobisomem duas vezes, e Jack vinha logo atrás, com o dobro da velocidade.
   O lobisomem deu ainda mais um ataque antes de urrar, com o ataque de Allan na pata inferior esquerda. Allan tocou outra nota e atacou o mesmo lugar. Jack cortou o tendão de Aquiles da perna direita, fazendo o lobisomem se apoiar na pata direita dianteira. E esse foi o próximo alvo, fazendo com que o lobisomem, que urrava de dor sem parar, sentasse, enquanto tentava acertar Jack com a esquerda. Allan tocava uma melodia agitada e fúnebre.
   Até que o monstro agarrou Jack, finalmente. Jack, com as mãos livres, ainda deu uma estocada na pata do lobisomem, mas este colocou a pata direita na frente do golpe, e, apertando Jack na esquerda, o fez largar sua arma.
   O lobisomem urrava e Jack gritava. Allan parou de tocar e, sorrateiramente, se aproximou do ombro esquerdo do lobisomem e deu três estocadas nele. Com mais um urro, o monstro largou Jack novamente, mas agora Jack parecia ter dificuldades para respirar.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 61ª Parte

   Allan saiu do caminho de Jack, que rolou várias vezes após ter caído no chão. O lobisomem vinha vagarosamente, e, enquanto isso ocorria, Jack já levantara e já se aproximara de Allan.
   -- Vai ficar olhando, ou o que? -- Dizia Jack, enquanto passava ao lado de Allan, indo em direção ao lobisomem.
   -- O que devo fazer? -- Allan ia acompanhando Jack, indo de encontro ao inevitável.
   -- Eu só preciso acertá-lo com isto, corta qualquer coisa -- Jack mostrava sua faca, que estava na mão direita. A outra espada caiu durante a queda -- Faça sua mágica.
   Antes que Allan pudesse responder, Jack começou a correr em direção ao inimigo, que se aproximava, do outro lado. Allan pegou sua flauta e tocou algumas notas, esperou alguma coisa, mas nada aconteceu. Segurando a flauta um pouco mais forte, uma lâmina surgiu, e Allan correu para a batalha.
   Jack estava de calça suja de lama e camisa rasgada, portando apenas a faca. Allan vinha atrás, de cota, calça e botas, portando sua faca e sua flauta, que era uma espada. Pelékun estava preso na parede, tentando forçar uma queda dali, de armadura completa. O lobisomem estava a frente, de calça apertada.

   Chegando mais próximo, Allan tocou poucas notas na flauta e correu em direção ao lobisomem. Jack já estava quase alcançando-o, quando levou um tapa, que o afastou. O lobisomem começou a atacar o ar, aleatoriamente.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 60ª Parte

   O lobisomem tomou duas porções de ar por suas narinas, e ficou numa posição de ataque. Era enorme, tinha uns três metros e meio de altura, além de forte e peludo. De sua roupa, o que restou foi a calça, que se tornou um colante sobre seus músculos inferiores. Pelékun seguia em direção a Jack, que encarava o monstro com sua confiança inabalável. Allan ficou paralisado, observando.
   Logo que Pelékun alcançou Jack, ambos correram em direção ao lobisomem, que esperou que se aproximassem, para dar uma patada vertical com as grandes guarras abertas, das quais os dois lutadores esquivaram-se, indo um para cada lado. Jack foi o primeiro a alcançar o lobisomem, chegando pela direita do monstro e atacando-o no tronco, com sua faca vermelha. Logo atrás, vinha, de cima, Pelékun, com o machado segurado nas duas mãos, num salto, tentando um ataque vertical direto.
   O lobisomem segurou Jack pelo braço da faca e deu um tapa em Pelékun, como se ele fosse uma mosca, e ele foi lançado para trás, como se estivesse voando, sendo enterrado, desacordado, dentro de um buraco feito na parede, preso em sua armadura. Jack tentara se soltar, em vão. Com o mesmo braço que atacou Pelékun, o lobisomem pegou as pernas de Jack, que se retorcia e tentava forçar uma fuga, sem sucesso. O lobisomem o colocou frente ao seu rosto, e latiu.
   Um latido alto e poderoso, que fez Allan sair de seu transe e perceber o que havia acabado de ocorrer. Olhando novamente para o lobisomem, Allan via Jack, que havia sido lançado, voando em sua direção.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 59ª Parte

   Allan enxergou um brilho amarelo, recentemente familiar, no pescoço do ferreiro, preso em um cordão. Um colar da pedra de Grundor. Correu novamente ao encontro do ferreiro e deu uma pancada, com sua flauta, na cabeça dele. Enquanto ele estava tonto, Allan já retirara o colar, o qual colocou no próprio pescoço.
   Allan passou a se sentir muito bem, um tipo de confiança que nunca havia experimentado. Se sentia forte e capaz. Enquanto estava se sentindo bem, Pelékun acabara de decapitar o ferreiro. Mas Allan não chegou a perceber, até que Pelékun corria em direção ao outro rapaz, que lutava com Jack.
   Pelékun alcançou rapidamente o rapaz, mas este esquivou-se de seu duro ataque vertical, que afundou no chão da sala. Jack continuou a pressioná-lo, mas ele ainda conseguiu tomar distância. Quando Allan se virou, para ver o que estava acontecendo, viu o rapaz sendo distorcido, rapidamente ganhando pêlos e garras. Crescendo em altura e em músculos. Em pouco mais que cinco segundos, o jovem se transformou num lobo. Um lobisomem.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 58ª Parte

   A pedra, voltando a ser dura, tomou forma de uma barra lisa, que Allan colocou dentro da própria roupa. E se virou para ver como estavam as lutas. Jack e o rapaz continuavam na mesma situação, mas Pelékun ia perdendo devagar sua disputa de força e o cachorro monstro estava quase bom.
   Allan foi até onde estava o monstro, e enfiou a espada, como uma estaca, no pescoço dele, com sucesso. Allan tomou sua flauta e sua faca e foi tentar ajudar Pelékun. Pelékun trocava pesados golpes de machado e espada larga, se defendendo de alguns golpes com o escudo. Ele conseguira alguns cortes leves no ferreiro, mas também havia recebido alguns. Estavam em igualdade. Allan veio por trás, sorrateiramente, e, se aproximando, enfiou sua faca nas costas do ferreiro, que não o havia percebido e caiu ajoelhado. Allan puxou sua faca, enquanto Pelékun desferia um ultimo golpe de machado, que foi defendido, estranhamente, pelo ferreiro, que se levantou e chutou Allan no peito, lançando-o longe, com as costas regeneradas. Mas Allan não sentiu tanta dor quanto deveria, e a dor que sentiu logo passou.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Aventuras de um Bardo - 57ª Parte

   Allan correu o mais rápido que pôde até chegar ao caldeirão. Para a sua surpresa, a pedra estava intacta, e ele soube que o que ele via era a pedra porque havia visto uma pedra pouco maior que sua mão aberta, dentro de um balde, provavelmente, de titanium, estando o balde esquentando a pedra, que brilhava em sua coloração amarela. Ele sabia que não podia ser ouro. Ouro tem um brilho opaco, e, oras, Allan já havia visto uma moeda de ouro. Era outra coisa, algo impressionante e belíssimo.
   Tendo parado para admirar a pedra, Allan toma um susto, ao ouvir o urro de Jack, que havia levado mais um ataque do rapaz, que tinha apenas dois cortes no corpo, mas tinha, também, muitos hematomas. Olhando para o cachorro monstruoso, viu que seu corpo já estava quase normal, e que ele iria voltar para a batalha. Logo, colocou a mão dentro do balde e segurou a pedra. Para sua surpresa, a pedra, ao invés de quente, estava um pouco amolecida, mas, logo que foi retirada dali, voltou a ser dura, mas emitia um brilho ainda mais forte. A batalha continuava.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Aventuras de um Bardo - 56ª Parte

   Allan caiu sentado, enquanto que Jack lutava com o rapaz, que esquivava dos ataques de adaga e defendia os ataques da espada, com dois braceiros que usava, além de atacar com chutes e socos pesados. Mais a frente estavam Pelékun e o ferreiro, trocando golpes pesados de machado e espada larga, enquanto via que o cachorro estava se curando aos poucos. Rapidamente, Allan se posicionou ao lado da cabeça do animal, ainda gigante.
   Segurando a espada com duas mãos e levantando-a no alto, a abaixou com toda a força que conseguiu juntar sobre o pescoço do cachorro, mas sem nenhum sucesso. Continuou tentando e, após muitas tentativas, conseguiu um pequeno corte, que estava se curando, então desistiu e foi em direção ao caldeirão, tentar resgatar a pedra de Grundor.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Aventuras de um Bardo - 55ª Parte

   Rapidamente o cachorro se transformou num monstro parecido com o que Allan havia enfrentado, só que ainda maior. Ele jogou a cabeça de encontro às lâminas de Jack, que não hesitou e continuou o ataque. A visão que Allan teve foi do cão aparecendo em sua frente, e, enquanto gigante, tapando toda a visão, deixando como um pano negro e, logo após, uma estrela cadente vermelha surgiu em meio ao preto.
   Jack dividiu a cabeça do cão em duas, com a adaga, e ainda deu uma estocada, que acertou de leve o ombro do rapaz, que, quando Jack acertou o monstro, já havia soltado Allan e estava tomando distância.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Aventuras de um Bardo - 54ª Parte

   -- Chegou sua hora, me enfrente! -- Pelékun entrou gritando, enquanto Allan era segurado. Não tendo percebido ou ignorando isso, Pelékun, logo que falou, avançou em direção ao garoto, sendo interceptado pelos cachorros, que foram cortados em dois pelo seu grande machado, e, depois, pelo ferreiro, que surgiu com uma espada larga, que ele segurava com as duas mãos. -- Vai, agora! -- Enquanto Pelékun trocava força com o ferreiro, Jack surge da porta arrombada, com espada e adaga, passando por cima de Pelékun e atacando diretamente a Allan e ao rapaz. O cachorro maior, que estava junto a Allan, se transformou e tentou defender o ataque de Jack.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Aventuras de um Bardo - 53ª Parte

   -- Opa, o que temos aqui... Eu te conheço? -- O rapaz veio falando e, enquanto Allan olhava-o fixamente, ele se agachou em sua frente, e ficou esperando pela resposta.
   -- Hum... -- Allan olhou para os lados, buscando um pouco de coragem, até que finalmente falou -- Eu fui mandado por Grundor para pegar de volta uma coisa dele.
   O rapaz olhou para cima, como que mexendo na memória, até que disse em sobressalto -- Ah, sim! O grande Grundor! Como está aquele nanico? Você veio sozinho? Veja bem, eu te respeito muito por ter chegado até aqui, mas desista.
   -- Não vim sozinho, meus amigos estão ou vindo, ou em outro lugar. Alguns foram da encruzilhada para cima, e outros estão chegando. Por que eu deveria desistir? -- A coragem havia voltado a sorrir para Allan, que respondia ao rapaz como que com autoridade. Daí começaram a conversar, onde Allan soube que a pedra estava no caldeirão sendo modificada. De alguma forma, mesmo com tanta coragem, Allan não conseguia atacar o rapaz, mesmo quando ele estava virado de costas. Após alguns minutos de conversa, Pelékun arromba a porta de repente, e, no mesmo momento, Allan foi abraçado, pelas costas, pelo rapaz. Era um abraço do qual ele não conseguia se soltar.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Aventuras de um Bardo - 52ª Parte


   Allan parou de tocar e ficou escondido, esperando por um momento oportuno para atacar. Mas teria que ser rápido, sua coragem, a cada segundo, ia embora devagarinho. Ele observara três vezes o local onde os dois homens estavam e eles ainda estavam lá, fazendo a mesma coisa. Quando viu que sua coragem já estava escarça, parou pra respirar. Levou uns trinta ou quarenta segundos ali, de olhos fechados, abriu e olhou novamente, houve uma diferença, que paralisou Allan, o qual ficou com frio por um segundo.

   A primeira coisa que viu foi um focinho preto, depois um rosto de cachorro, muito grande. O animal estava encarando ele de perto, curioso, e, depois que o calafrio passou, Allan viu o rapaz atrás, que também o olhava e, percebendo que Allan finalmente o vira, se aproximou naturalmente, enquanto o cachorro saía do seu caminho.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Aventuras de um Bardo - 51ª Parte

   Antes que pudesse ver qualquer coisa, recebeu uma baforada calorosa de calor, um vento muito quente passou por ele, mas sua coragem continuou firme. Abriu mais a porta e viu uma grande sala, preenchida por uma pesada e densa névoa quente. A sala, apesar de ampla, não permitia que Allan visse muita coisa, além de uma chaminé que alimentava uma caldeira, as duas mais fortes fontes de luz e calor que vira desde que entrou na caverna. Próximo à caldeira haviam duas formas humanoides que também podiam ser vistas. Fora isso, o que Allan via era apenas alguns móveis, quando se aproximava deles.
   Allan deixou o escudo nas costas e segurou espada na direita e flauta na esquerda. Com a espada estando embainhada na bainha, no lado esquerdo do quadril, Allan ia tocando uma melodia que dava sono aos que ouviam a musica, e assim foi se aproximando. Pelo caminho, alguns pequenos cães estavam dormindo. Allan continuou tocando, até que pôde ver os dois que estavam ali ao redor da caldeira. Era um homem, já de alguma idade, usando uma calça e um avental, além de grossas botas e luvas. Ele segurava um cabo que ia até o interior da caldeira, na mão direita, e um martelo, de tamanho médio, na esquerda, com o qual batia em algo dentro da caldeira. O outro homem era de pouca idade, e só observava o trabalho do outro, e procurava por algo na sala, talvez por Allan. Ele, diferente do outro, não parecia sentir calor, mas usava uma bermuda e um colete, ambos de couro. Havia também um cão negro, muito parecido com o de Grundor, que não saía de perto do garoto, mas estava atento olhando para todos os lados.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Aventuras de um Bardo - 50ª Parte

   Allan continuava inconsciente, enquato o estranho avançava lentamente, vitorioso. A pouco mais de um metro de distância de Allan, ele parou. Parou e ficou observando Allan, parou do nada, não podia mover nada além dos olhos, que, nervosamente, se debatiam com raiva dentro dos olhos. Ficaram alí ainda quase um minuto, até que Allan começou a se mecher, acordando. O olhar raivoso se tornou receoso, e agora, ao invés de tentar atacar, queria fugir.
   Allan abriu os olhos, e ficou aliviado. Deu tempo de terminar todas as ordens celebrais e de sobreviver. Teve uma enorme vontade de decaptar o homem, mas o deixou ali. Sem tocá-lo, passou por ele e abriu, corajosamente, a porta que estava no final do corredor.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Aventuras de um Bardo - 49ª Parte

   O homem, ao se virar, abriu o leque e, com um balanço na direção de Allan, fez com que uma onda de ar o empurrasse em vários metros para trás, caindo sentado no chão. Enquanto Allan recobrava a consciência, equilíbrio e posição, o homem avançava em direção a ele. Num susto, Allan apoiou o pé na barriga do homem e, segurando nos dois braços, o puxou para o apoio do pé e o lançou para trás, lançando o homem no chão, o qual caiu de costas. Allan pegou a flauta e começou a tocar algumas notas, que não fizeram efeito nenhum, enquanto o homem levantava.
   Levantando, o homem começou a movimentar o leque, criando várias ondas de ar, das quais Allan tentava esquivar, sem muito sucesso, enquanto tocava suas notas. Uma das ondas acertou, em cheio, o peitoral de Allan, o lançando quase na base da escada. Ele foi lançado tocando suas notas, e, quando caiu, perdeu totalmente a consciência. Lentamente, o homem foi se aproximando, vitorioso.

domingo, 19 de maio de 2013

Aventuras de um Bardo - 48ª Parte

   Com toda a coragem que pôde reunir, abriu a porta com dificuldade. Era um pouco pesada, tal peso aumentara por causa de todo o medo que sentia. Foi sendo aberta devagarinho, e enquanto se abria, mostrava um corredor subterrâneo, vazio, com três portas laterais no decorrer dele, e uma outra porta no final do corredor.
   O cheiro de morfo que reinava na casa, enquanto Allan caminhava pelo corredor, era deixado para trás e trocado por um cheiro ainda mais perturbador. O que Allan sentia agora era um cheiro de queimado, e quanto mais se aproximava do final do corredor, a temperatura ia aumentando. Allan começou a tremer, imaginando o que estaria atrás daquela porta, mas antes de chegar até ela, tendo já passado de duas das três portas laterais, a primeira porta lateral pela qual passou se abriu, repentinamente.
   De trás da porta, apareceu um rapaz, sem camisa, com uma leque de madeira, com uma pedra bem grande, branca, com uma inscrição rúnica. Ele apareceu virado para a escada, e foi andando, o que acalmou Allan, mas o suspiro que não pôde evitar chamou a atenção do homem, que se virou, furioso.

sábado, 18 de maio de 2013

Aventuras de um Bardo - 47ª Parte

   Allan foi andando pela casa, passando pela entrada, uma sala e um corredor. O local estava escuro, mas os olhos de Allan já haviam se acostumado com aquela falta de luz. O chão era, estranhamente, de madeira, muito empoeirado e cheio de insetos sujos. Um cheiro de morfo, recebido pelo nariz de Allan, era mais forte que qualquer outra coisa que ele sentia. No final do corredor, viu o primeiro sinal luminoso.
   Era uma luz avermelhada, como de fogueira, e parecia ser uma grande fogueira, tão grande que, quando Allan se deu conta de que estava sozinho, teve medo de continuar. Olhou para trás e não viu Pelékun, o ultimo companheiro que deixou para trás, a poucos minutos. Mas, como os goblins não haviam alcançado ele, Pelékun com certeza não havia morrido.
   Engolindo a sensação de medo a seco, no escuro, com uma coragem enfraquecida, Allan continua andando pelo corredor, até a sua aresta, onde a luz bate. Encostado na parede, se escondendo, ele tenta ouvir alguma coisa, mas sua respiração está ofegante demais, e ele só consegue ouvir batidas de martelo, que são os sons mais altos. Ele passa o olho esquerdo, para olhar o que tem lá.
   Primeiro vê uma tocha, que estava iluminado o corredor, alguns metros depois, uma escada, descendo. Allan pegou sua flauta e tocou um conjunto de notas que fazia sua coragem crescer, e, com o escudo nas costas, a espada embainhada no quadril e a flauta nas mãos, começou a descer as escadas de madeira devagar e agachado, tentando ver o que havia lá em baixo. No fim da escada, havia uma porta.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Aventuras de um Bardo - 46ª Parte

   Pelékun olhava instintivamente para os lados e para a parte de dentro da casa, onde Allan estava. "Alguma coisa aí?" e "Até agora nada" foi a conversa que se repetiu três vezes, antes de aparecer a primeira criatura que vinha atacá-los. Logo após a primeira, vinheram mais três. Todos pela rua, encontrando, assim, a Pelékun na porta. De dentro não veio ninguém.
   Eram criaturas estranhas a Allan, as quais depois veio a descobrir serem chamados de Goblins. Eram pequenos, talvez uma altura média de um metro e vinte, tinham a pele acizentada, talvez pela falta de sol, e usavam tangas de couro e lâminas. O primeiro a aparecer usava, além de sua lâmina, uma pequena tocha acesa. Ele parou em frente a Pelékun, a alguns metros de distância.
   -- Quem são vocês? Vocês podem entrar aí? -- Disse a criatura, com sua voz meio rouca e um tipo de sotaque ameaçador -- Respondam! -- Quando a criatura gritou, as outras três ameaçaram avançar.
   -- Vinhemos pegar algo de volta -- Disse Pelékun, firmemente -- Vão tentar nos impedir? Podem vir -- Pelékun levantou seu escudo, demonstrando que não sairia dali. O goblin líder, que era um pouco mais alto, deu um grito mais alto, e os outros três foram ao encontro de Pelékun, que estava na porta -- Allan, veja o que tem lá dentro, em pouco tempo eu te encontro -- Foi a ultima coisa que Pelékun disse, antes de começar a se defender dos golpes dos goblins e ser deixado por Allan, que adentrou na casa.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Aventuras de um Bardo - 45ª Parte

   Allan e Pelékun foram andando pela cidade, que ia aumentando gradativamente sua área, sendo que em um momento, provavelmente no centro da cidade, que ainda parecia vazia, o teto estava tão longe, que talvez mesmo que Niko lançasse uma flecha, poderia ocorrer de esta não chegar no teto.
   Enquanto andavam, devagar, ambos prestavam atenção em todas as direções. Allan até tomou um susto com um rato, o qual morreu por um corte assustado da espada de Allan. Os sinais de fogo se mantinham à frente deles, e eles iam se aproximando. Alguns minutos depois, andando, encontraram a casa de onde saiam os sinais de fogo. Era uma casa grande, em comparação às outras, mas com outra diferença que era uma abertura bem no centro dela, por onde saia a fumaça.
   De longe, os dois foram se aproximando, e pararam em frente à porta. Era uma porta alta, mas de pouca largura, de modo que só cabia uma pessoa por vez. Estava semi-aberta e tinha algumas escrituras estranhas a Allan, as quais depois ele descobriu serem runas. Quando Pelékun tocou na porta, ele e Allan ouviram um barulho baixinho, e depois alguns outros barulhos. Pelékun abriu a porta, empurrando-a e mandou Allan ficar do lado de dentro, enquanto ele estava do lado de fora. Ambos pegaram seus escudos e armas e esperaram para ver o que aconteceria então.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Aventuras de um Bardo - 44ª Parte

   Todos pararam pra pensar em que direção ir, tiveram uma conversa duradoura até perceberem que Marton estava suando muito. A água do espaço anterior havia dissolvido os curativos de Marton, que estava sofrendo muito. Decidiram que teriam que sair logo dali e encontrar lugar para Marton.
   Criaram dois grupos. Niko e Thalatta de um lado, Allan e Pelékun do outro. Marton ficou para descansar, com um novo curativo e um pano gelado no rosto. Haviam dois caminhos, uma subida e uma descida. Niko perguntou a Pelékun onde ele queria ir, e ele escolheu descer. Então o grupo se separou.
   Allan desceu várias escadas de pedra, até chegar numa cidade subterrânea, cheia de casas, e, ao longe, um sinal de fumaça. Decidiram continuar andando pelas ruas.

sábado, 27 de abril de 2013

Aventuras de um Bardo - 43ª Parte

   As duas flechas saltaram do arco dançando entre si, rodeando uma a outra enquanto cortavam o ar, indo em direção ao monstro. Allan pôde ver a sombra das flechas passando por cima de sua cabeça um instante antes de elas acertarem seu alvo.
   Cada flecha afundou dentro de um olho do monstro, que, em seu mais alto urro, caiu para trás, enquanto se debatia. O urro alto mudou para um chiado meio baixo, como um choro, mas ele ainda era um monstro, e os aventureiros estavam com pressa, além do que, depois de toda aquela adrenalina, todos puderam sentir o cheiro e calor daquele lugar, que fazia todos pingarem de suor e cheirava a cocô de monstro, misturado com restos de animais e pessoas mortas, que fediam mais que o cocô.
   Aproveitando a chance, saíram todos da água e foram até a passagem. Havia um pequeno corredor e, no final, dois caminhos, um que levava pra cima e um que descia ainda mais.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Aventuras de um Bardo - 42ª Parte

   O monstro continuava atacando, agora de frente para a margem, Pelékun até conseguiu dar um golpe de machado, que afundou na perna traseira direita, antes de ser retirado, e a pata foi colocada para trás por instantes. Quando o monstro se acostumou a dor da perna, começou um ataque frenético de braços, caldas e cabeça. Não havia espaço para atacar, e Allan esperava a flechada de Niko, que não vinha.
   -- Vocês tem que segurar ele, tá se movendo demais, e eu preciso acertar em um único tiro! -- Dizia Niko, lá da margem -- Façam ele ficar parado por cinco segundos!
   Falar é fácil, Allan pensou, mas devia ser o único jeito, afinal eram as mesmas flechas que Marton atirou, e Niko dizia de uma forma como que iria conseguir fazer a flecha penetrar a carne do monstro.
   Allan, numa tentativa de ajudar Niko, enfiou sua espada no pé esquerdo do monstro, quando teve a chance, o que fez o monstro dar um grunido de dor. Pelékun logo deu outro golpe de machado, o que fez o monstro parar e encará-los, provavelmente com muita raiva. No momento em que parou, Niko atirou.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Aventuras de um Bardo - 41ª Parte

   Em pouco tempo Niko chegou à terra seca, e Marton parou de atirar, após uma ordem para tal, indo junto com Niko averiguar a passagem. Na água, o monstro atacava um escudo por vez, esperando o enfraquecimento de algum ou uma abertura, mas não encontrava nada que procurava na defesa firme dos três, que ia recuando devagar.
   Niko olhou a pedra que barrava a passagem e descobriu que ela não estava encostada na parede, mas separada desta em uns cinquenta ou sessenta centímetros, tendo espaço o suficiente para uma pessoa passar. Só não poderia passar o monstro, que prenderia o corpo entre a pesada rocha e a parede. A passagem dava para um caminho que terminava numa bifurcação.
   Marton gritou aos que estavam na água tudo isso e Niko tomou de volta o arco e flecha e, dizendo que após o tiro todos deveriam correr, ajeitou duas flechas e mirou.



domingo, 14 de abril de 2013

Aventuras de um Bardo - 40ª Parte

   Enquanto os escudos de Pelékun e Allan defendiam os ataques do monstro e Niko tentava tirar a atenção deste, Marton ia mancando até o outro lado, enquanto Thalatta ficava vigiando os dois grupos. Entre vários golpes, e após um tempo defendendo e forçando os escudos sobre o monstro, um golpe sobre o escudo de Allan o fez escorregar na água, caindo de bunda na superfície da água e, posteriormente, no solo.
   Após o primeiro ataque derrubar o pequeno alvo, o monstro se lançou de cabeça para finalizar o humano. Para a sorte de Allan, Thalatta estava ali, na frente dele, com seu bumerangue-escudo, provavelmente salvando sua vida. No mínimo, evitando um ferimento grave.
   Marton estava quase do outro lado, e gritou avisando que já podiam recuar. Allan se levantou e retornou a sua posição defensiva, e agora a parede estava formada por ele, Pelékun e Thalatta. Niko corria em direção à margem, onde Marton havia chegado. Marton atirava flechas sobre o monstro, mas sem efeito, já que elas batiam no corpo e não podiam perfurá-lo, mas ainda tirava a atenção e atrasava o monstro.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Aventuras de um Bardo - 39ª Parte

   Iam se aproximando, o monstro e o grupo, o monstro apoiado nas quatro patas, com a água até um pouco acima da parte frontal do tronco, e o grupo em formação, com a água até até o joelho.
   O grupo ia andando em direção ao monstro, Allan, Pelékun e Niko na frente e Thalatta e Marton atrás. Marton, mesmo tendo fechado as feridas da batalha anterior com o lanceiro, sentia tanta dor pelos ferimentos que andava mancando, atrasando o grupo, mesmo que bem pouco. Niko, por isso, ia na frente, entre os escudos de Pelékun e Allan, com suas duas adagas, cada uma quase do mesmo tamanho que a espada de Allan ou Marton. Thalatta estava entre o grupo da frente e Marton, esperando chegar a colisão, para saber o que faria.
   Em menos de um minuto, os dois lados estavam frente a frente, e ainda faltavam cerca de vinte metros até o outro lado. Lá, pelo que Allan viu rapidamente, havia uma pequena passagem bloqueada por uma pedra, após poucos metros de terra firme. O monstro ergueu-se e deu um tapa, na parede de escudos, que foi segurado com muita dificuldade. A parede de escudos, com todo o seu esforço, ia forçando o monstro a ficar de costas para a beira do rio.

sábado, 6 de abril de 2013

Aventuras de um Bardo - 38ª Parte

   Era um largato gigante, mas estava equilibrado em duas das quatro patas. Sua pele reptiliana era marrom e esverdeada, parecia muito forte e resistente. Tinha duas caudas, marrons, muito grossas, deitadas no chão. Nas costas e nas caudas haviam escamas. Ele estava de costas à primeira vista, depois se virou.
  As patas dianteiras, como braços com garras, eram aparentemente fortes e as garras eram enormes e afiadas. A parte frontal do tronco parecia ser a parte do corpo menos resistente, sendo ainda muito resistente, como um couro marrom musculoso que ia do final das patas inferiores até a cabeça. A cabeça era totalmente verde, com brânquias atrás dos olhos vermelhos, e com a boca gigante a vinte centímetros dos olhos, à frente. Dentes enormes e afiados, cheios de baba e restos de animais sem sorte, em cima da boca, um grande fucinho marrom, que fazia um som alto a cada inspiração e expiração.
   Quando se virou, o monstro encarou os aventureiros e, num salto, mergulhou na água e ia em direção a eles, rosnando. Niko mandou forçar uma formação para fugirem, com Pelékun e Allan fazendo a parede de defesa, ele interceptando o monstro e Marton e Thalatta na reta-guarda. Então avançaram em formação na direção do monstro, visando passar por ele e, em terra, fugirem.
   

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Aventuras de um Bardo - 37ª Parte

   Só restava o homem que lutava contra Jack, e eles já estavam agora no chão, trocando golpes. Marton estava machucado, mas levantou-se ainda assim e, com a ajuda de Allan, desceu das pedras e foi até Niko, Pelékun e Thalatta, que já haviam preparado o cicatrizante.
   Colocada rapidamente a papa esverdeada nas feridas de Marton, Niko lhe deu seu arco, para que ele ficasse afastado das lutas. E passaram todos, indo mais a fundo na caverna, enquanto Jack continuava lutando.
   Passando dali, andaram cerca de cinco minutos e, após uma descida ingreme, estavam de frente a um rio subterrâneo. Pelékun foi o primeiro a entrar na água, que ficou no seu joelho. Após ele, um a um, foram todos entrando e caminhando pelo rio, que era muito grande. Andaram por mais de dez minutos e o rio ainda não tinha fim, e, de repente, Pelékun parou, assutado.
    O restante do grupo foi ver o que assustou o homem, e, mais a frente, estava o final do rio, mas de lá entrou na água um ser estranho, que Allan nunca tinha visto antes e nunca voltara a ver parecido.

domingo, 31 de março de 2013

Aventuras de um Bardo - 36ª Parte

   Allan foi, com sua espada e escudo, correndo para atacar o lanceiro. Mas, antes de chegar onde ele e Marton estavam, haviam algumas pedras em cascata, que teriam de ser escaladas. Marton havia saltado cada uma delas, mas Allan não conseguiu e teve que escalar. Quando chegou perto dos dois, olhou como estavam lutando.
   O lanceiro tinha uma flecha na perna esquerda e um corte no ombro direito, Marton estava com vários cortes pequenos, que não estavam sangrando, um corte na perna direita e um corte embaixo do braço direito. O lanceiro mancava sobre a perna, mantendo a distância enquanto atacava, e Marton tentava se aproximar e atacar, enquanto Niko, de longe, atirava flechas.
   Allan deu a volta, para escalar pelas costas do lanceiro. Pegou sua flauta e tocou algumas notas. Mas, por um erro, o efeito foi passado para Marton, que ficou tonto. O lanceiro acertou outro golpe na perna de Marton, enquanto Allan subia a pedra. Antes de o lanceiro terminar de puxar a lança de volta, ele ajoelhou-se após receber um corte de espada nas costas. O lanceiro ainda virou atacando com a lança, mas o golpe não passou do escudo.
   Ao mesmo tempo que a lança batia no escudo, Allan ouve um semi grito. Quando abaixou o escudo para ver o que aconteceu, e viu uma flecha atravessada no pescoço do lanceiro, que estava morto.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Aventuras de um Bardo - 35ª Parte

   Tudo isso aconteceu muito rápido, e enquanto acontecia, as outras lutas continuavam. Jack continuava trocando socos e chutes com o homem musculoso. Marton continuava enfrentando o lanceiro, com o apoio das flechas de Niko, que já acertaram a perna esquerda do lanceiro.
   Jack continuava em sua batalha pela maior resistência e força, ambos os lutadores estavam machucados e sangrando, e suando por cima do sangue. O cheiro que eles adquiriram era tão forte, que Thalatta preferiu se afastar ainda mais do grupo. Mas era uma luta emocionante. Estava claro que o inimigo era mais forte que Jack, que era mais rápido, o que não contava numa batalha de resistência, tampouco em uma que Jack nem tentava esquivar-se.
   Marton continuava tentando passar da guarda do lanceiro, que mancava sobre a perna esquerda. Apesar de estar mancando, ele não só se defendia, como contra-atacava. Marton foi acertado em alguns lugares de raspão, sendo sempre salvo por Niko, que atirava uma flecha na hora certa. Allan decidiu ajudar Marton.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Aventuras de um Bardo - 34ª Parte

   O defensor enfiou uma estocada com a ponta da espada desgastada sobre o corpo de Pelékun, que estava com o machado preso no escudo dele. Pelékun largou o macado e, com um movimento giratório, esquivou o corpo da tragetória da espada e, enquanto girava, deu um soco de ferro, com o lado de fora da mão, virando o rosto do defensor, que teve sua ultima visão: a ponta da espada de Allan, que foi enfiada em seu peito, até o fundo. O defensor começou a vomitar sangue, enquanto se debatia, com a espada entre os peitos. Ele olhou para Allan, com os olhos quase fechados, roxos e mortos, abriu a boca e tentou falar alguma coisa. Allan ficou olhando para ele, enquanto ele passava seus ultimos segundos de vida. Tudo parou, tudo o que importava era aquele defensor abatido, que continuava vomitando sangue e agora erguia o braço para Allan.
   --Ele quer saber seu nome. -- Disse Pelékun, que pegou o escudo do defensor e pegou o machado de volta. -- É um ótimo escudo, pegue. Ele vai gostar disso com você. -- Jogou o escudo para Allan, que pegou, sem jeito, e olhou. O escudo era pesado, mas dava pra carregar.
   --A...Allan é o meu nome. -- Disse olhando para o defensor, enquanto colocava o escudo no braço -- Posso levar isto? -- O escudeiro fez um sinal positivo na mão e caiu no solo, por cima do sangue que havia vomitado.
   

sábado, 23 de março de 2013

Aventuras de um Bardo - 33ª Parte

   Niko atirou novamente, a flecha voou em direção ao inimigo de Marton, que teve que parar de atacar para bloquear a flecha. Marton começou a atacar, com golpes aleatórios, que fizeram o inimigo começar a recuar, enquanto se defendia. Thalatta lançou seu bumerangue no homem que lutava contra Jack. Jack e o homem esquivaram do projétil gigante, e Jack mandou que não atrapalhassem. Ele estava com o corpo todo roxo e cheio de bolhas, o que o deixava ainda mais feio, do outro lado, o homem musculoso estava em um estado parecido, com a diferença de que estava com algumas bolhas abertas, por onde saia sangue.
   Pelékun continuava com a batalha de escudos, o escudo do rapaz que lutava com ele estava desfigurado, cheio de marcas do machado, já o escudo dele estava intacto, tirando alguns arranhões feitos pela espada. Eram lutas parcialmente equilibradas, mas Allan cansou de ficar assistindo e partiu pra cima do defensor. Pelékun, que percebeu, bateu com o escudo mais forte e, com um golpe de machado, prendeu o escudo do rapaz abaixado no chão. O rapaz não pensou duas vezes e investiu uma estocada em Pelékun, enquanto Allan vinha com uma estocada, que o rapaz não viu.

Aventuras de um Bardo - 32ª Parte

   O primeiro a alcançar o alvo foi Jack, que recebeu um golpe de machado de cima para baixo, do qual esquivou, indo para o lado, enquanto contra atacava com sua espada, num golpe lateral. O homem defendeu com um bracelete do braço, que devia ser muito resistente e pesado, mas logo após o primeiro golpe ser defendido, Jack deu um chute nos peitos do inimigo, que o fez ser lançado para trás. Enquanto isso, Marton, saltava algumas pedras para chegar onde o garoto lanceiro estava. Chegando, foi recebido por uma rajada de rápidas estocadas de lança, as quais defendeu firmemente.
   Antes de Allan encontrar o defensor, este avançou em direção a ele e Pelékun, que ia na frente. Pelékun, ao ser alcançado, bateu escudo com escudo, e nenhum dos dois cedeu. Os dois lados batiam com o escudo e atacavam com suas armas. Allan parou novamente, para assistir as lutas. Jack havia praticamente esquecido suas armas, e estava trocando socos e chutes, Marton não encontrava espaço e Pelékun fazia uma batalha de paredes, com os escudos.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Aventuras de um Bardo - 31ª Parte

   Enquanto Niko atirava, Allan, Marton e Jack corriam juntos para atacar. Quando Allan pôde ver os inimigos, ficou paralisado por alguns segundos. Allan parou e olhou enquanto um grande homem feio, de cabelo longo, marrom, e olhos zarolhos, além de orelhas muito pequenas e quase dois metros de altura e uma grande pança, caia lentamente, com uma flecha no olho esquerdo. Quando ele caiu, com o barulho que o grande corpo fez, Allan voltou a si e olhou o que estava acontecendo.
   Um homem caído, com um bastão de madeira na mão, um pequeno rapaz, parecendo ter a mesma idade de Marton, com uma lança com a ponta de pedra polida, sobre uma pedra alta, um homem de boa altura muito musculoso, com um machado com a lâmina de aço, e um rapaz, talvez de idade similar a de Allan, com uma espada de ferro e um escudo de madeira, com as bordas cobertas por ferro.
   Marton ia em direção ao rapaz de lança, Jack ia em direção ao homem do machado, e Pelékun acabara de passar por ele, indo para a batalha. Allan, então, correu em direção ao rapaz de espada e escudo, Pelékun havia escolhido o mesmo alvo.
 

domingo, 17 de março de 2013

Aventuras de um Bardo - 30ª Parte

   Jack e Pelékun se encostaram na parede da caverna, em silêncio. Allan e Marton foram até onde eles estavam, mas Jack mostrou a mão esquerda aberta, sinalizando que deveriam parar, olhou para trás e, com outro gesto de mão, chamou Niko, que veio e deu uma breve olhada no que estava depois da virada. Tirou uma das flechas, colocou-a na corda do arco e puxou.
   Então virou para trás e chamou Thalatta, que se aproximou, depois ele avisou que depois que ele avançasse, era para todos irem e passarem por ele, todos assentiram. Niko, num salto, ficou no meio do caminho, depois da curva, e atirou a flecha. Todos vinheram atrás.
   A flecha saiu rapidamente de dentro do arco, foi voando dentro daquela caverna fria, girando e cortando o ar que estava a sua frente. Em um segundo, encontrou seu alvo, um olho aberto, que deve ter visto uma linha de ferro se aproximar. A ponta da flecha tocou o olho, que ia se fechando, mas que não teve tempo o bastante. Ao toque, o olho afundou na cabeça, sendo sempre acompanhado pela flecha. Quando o corpo da flecha estava enfiado até a metade, ela parou.

sábado, 16 de março de 2013

Aventuras de um Bardo - 29ª Parte

   Ainda faltava algum tempo até que invadissem a caverna. Allan já havia melhorado muito com suas feridas e agora carregava uma espada de ferro nas costas. O grupo descansou próximo a entrada até o sol começar a se por, e, quando o sol começou a ficar vermelho e sumir no horizonte, o grupo estava pronto para derramar mais sangue. Comeram pouca coisa e entraram na caverna.
   A caverna era quente e úmida, desde a entrada. Muitos ventos passavam pelo caminho que se seguia, entrando e saindo da caverna. Haviam oito barracas intercaladas, quatro em cada lado, nas paredes da caverna. Pelékun olhou dentro de cada barraca, mas, estranhamente, não encontrou ninguém. Sem pensar duas vezes, numa ordem tanto de Niko quanto de Jack, todos prepararam suas armas e foram caverna adentro. Alguns metros depois da entrada, a caverna começou a escurecer, até que houve uma curva para direita, seguida de uma descida, onde apareceram várias tochas acesas, em fileira, no decorrer do caminho, fazendo o caminho ficar claro.
   Jack ia na frente, com a adaga na mão esquerda e a espada na direita, ao lado de Pelékun, que estava com seu machado na mão direita e o escudo, visto pela primeira vez por Allan, de cor avermelhada, retangular, com uma ponta na extremidade inferior, no braço esquerdo. No meio, bem próximos aos que estavam na frente, estavam Allan e Marton, cada um com sua espada em uma das mãos; e, por fim, Thalatta, com seu bumerangue, e Niko, de arco e flecha, estavam mais atrás, na retaguarda. Pouco antes de uma nova curva após alguns metros, Jack fez sinal para que todos parassem.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Aventuras de um Bardo - 28ª Parte

   Allan estava sangrando em vários lugares do corpo. Haviam pequenos cortes nos braços, principalmente no direito, dois cortes não muito fundos no tronco, um de cada lado, de onde saía algum sangue, um pequeno corte na orelha esquerda e um corte mais fundo, na coxa direita, de onde saía muito sangue, além do ombro esquerdo, que sangrava ainda e estava inchado. Ele permanecia deitado, quieto, com a espada sobre seu corpo.
   Marton estava de pé, com a mão esquerda sobre o ferimento. Parecia mais preocupado com a armadura que com a dor, quando Allan abriu os olhos para dar uma olhada nele. Marton guardou sua espada e foi em direção a Niko, que continuava sentado.
   Jack, após receber uma concha com um tipo de papa de Pelékun, saiu de seu lugar e foi até Allan. Allan esteve olhando, enquanto Jack se aproximava, e dava uma boa olhada nele, expressando um grande orgulho em seu rosto feio. Quando Jack tirou as espadas de junto de Allan, embaixo da espada recém recebida havia um outro corte, maior que os outros, na armadura. Jack tirou a parte de cima da roupa de Allan, deixando-o apenas com a calça e as botas. Onde havia o grande corte na armadura, havia apenas uma fagulha no meio dos peitos dele.
   Colocando a mão direita na papa, Jack começou a passar a papa sobre as feridas. Colocou mais papa no ombro e na coxa que nos outros lugares. Quinze minutos depois, as feridas menores estavam fechadas e as duas maiores cicatrizadas. Jack colocou mais um pouco da papa e mandou Allan se vestir. Marton também estava bem.
   Enquanto Allan se vestia, Thalatta conversava com os donos da casa, que ela tirou de dentro da casa, destrancando-a. Após mais alguns minutos, voltaram a ir para a caverna. Jack falou para Allan espetar com a espada, pois seria mais fácil matar o inimigo assim. No meio da tarde, estavam em frente a caverna.

terça-feira, 5 de março de 2013

Aventuras de um Bardo - 27ª Parte

   Eram muitos ataques, e muito rápidos. Allan não conseguia defender nem a metade deles, mas, graças a sua sorte, os ataques estavam desestabilizados, e, várias vezes, acertavam o ar com muita força, dando a Allan a oportunidade de contra-atacar, que ele não perdia. No fim, ambos estavam feridos, mas o Lobo continuava, como se nada tivesse acontecido.
   Niko se levantou e se aproximou de um dos corpos. Tirou-lhe a máscara, e viu um rosto desfigurado, orelhas curtas e pequenas, em formato circular, olhos vazios, vermelhos, não havia nariz, somente dois buracos e a boca.... A boca era normal. Eram meio-orcs, todo esse tempo. Por isso aguentaram tanto. O líder deveria ser o pai, o orc genuíno.
   Niko recolocou rapidamente a máscara, e voltou, como se nada tivesse acontecido. Chamou Jack, em particular e disse o que havia visto. Jack deu uma grande gargalhada."É o ultimo teste, afinal! Só não imagino como eles chegaram aqui."
   Marton esteve desmaiado, por ter batido a cabeça num tronco de arvore, mas, acordando, foi silenciosamente por trás do Lobo e, com toda sua força, afundou sua espada nas costas do Lobo, o que fez com que, finalmente, o ataque sobre Allan parasse. Mas foi por pouco tempo. Alguns segundos parados os três, e o Lobo virou, com a espada em suas costas, e atacou Marton, cortando na base de seu peito, passando um pouquinho em sua armadura e fazendo sair algum sangue. Allan, desesperado, girou o corpo, parado e, tendo pego algum impulso, levantou a espada com a lâmina na altura do pescoço do Lobo, arrancando-lhe a cabeça.
   A cabeça caiu no chão e não se mexeu, por causa da máscara, que ficou fincada no solo. O corpo não se mexeu também, foi um corte rápido. Um segundo depois, o sangue apareceu, vermelho escarlate. Allan decapitou um homem. O sangue foi descendo, devagar, pelo corpo, passando pelo tronco e pelos braços, pela perna e pelas mãos, finalmente, pela espada, que estava firme em sua mão direita. Allan esqueceu sua dor, quando tomou a bela espada ensanguentada do Lobo, e caiu no chão, de cansaço.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 26ª Parte

   Sem dizer nenhuma palavra, o Lobo esteve rodeando os dois, examinando-os. Muitos segundos depois ele olhou para Allan e disse "Então você quer minha espada? Vem cá pegar.". Nesse momento, Marton avançou em total velocidade, e Allan foi atrás. O Lobo ficou parado.
   Chegando em seu alcance, Marton deu dois golpes, um crescente e um horizontal, nas costas, que foram defendidos, e passou direto. Allan deu uma flanqueada, que também foi defendida, e, quando passou pelo Lobo, este fez um corte em seu ombro machucado, que espichou algum sangue e ficou vermelho. Ele nem sentiu o corte, mas quando parou, não podia mover o braço esquerdo direito, e o pouco que movia, causava uma grande dor.
   O Lobo foi andando em direção a eles. Antes que tivesse chegado muito perto, Marton, num salto, deu um forte golpe vertical, que foi parado pela espada do Lobo. Logo que tocou o chão, Marton iniciou uma onda de golpes rápidos. Enquanto isso, Allan ficou a espada no chão e pegou a flauta, mas não conseguia tocar as notas direito. O Lobo, vendo o que Allan começara a fazer, começou a atacar Marton de volta, tornando a onda de ataques dele em uma sequência de ataques e defesas. Nenhum dos dois havia acertado, mas o Lobo era visivelmente mais forte e estava vencendo.
   Jack mandou Allan cortar de leve o ombro machucado, para poder movê-lo. Allan, desestabilizado, pegou sua faca e fez um corte grande no ombro. Ele voltou a se mover, mas estava jorrando sangue sem parar. Allan tocou algumas notas na flauta, tomou a espada, com uma mão, e se aproximou dos dois que lutavam. Fincou novamente a espada no chão e tocou uma nota aguda, que fez com que saísse uma explosão de sangue dos ouvidos do Lobo. Allan guardou a flauta e avançou nele. Agora estavam Allan e Marton atacando o Lobo sem parar, e ele, atordoado, defendendo. Após alguns segundos de ataque, o Lobo voltou a revidar. Em um momento, Marton deu um golpe vertical muito longo, que foi esquivado e contra-golpeado por um chute, enquanto o Lobo defendia o golpe de Allan. Marton foi lançado alguns metros longe, e o Lobo começou a atacar somente Allan.
Luta Medieval

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 25ª Parte

   O Águia não pôde suportar a dor, e parou de se mexer. Marton, enquanto se defendia dos ataques do Urso, olhou para Allan e disse "Estou na frente!". Allan pôde ouvir, e, segurando a espada somente com a mão direita, pegou sua flauta de prata. Com alguns golpes longos de espada, afastou o Urso que o atacava e o Águia, que estava atrás do Urso. Allan enfiou a ponta da espada no solo e, tomando a flauta com as duas mãos, tocou algumas notas. Em menos de dois segundos, o Águia estava paralisado. Allan tocou mais uma nota e avançou, guardando a flauta e tomando novamente a espada, sobre o Urso, que estava assustado.
   Marton estava surrando o Urso, que se esforçava para defender-se, mesmo que estivesse levando vários golpes. Já estava com os braços cortados e o ombro esquerdo também. Allan, que havia avançado sobre o Urso, o fez recuar, e, quando chegou perto do Águia, cerrou as mãos na espada e fez um corte enorme no Águia, que caiu gritando e jorrando sangue. O Urso, assustado, avançou em Allan em uma investida suicida, com o machado levantado ao céu. Antes que ele pudesse alcançar Allan, que estava preparado para fazer um contra-ataque, surgiu a ponta da espada de Marton, no meio do peitoral do Urso. A ponta foi avançando, enquanto o sangue começava a cair, devagar, e a abertura começava a aumentar, até que a espada estava até a metade, ultrapassada no Urso. O outro estava caído, com cortes nas costas e com os braços cheios de cortes.
   O líder, o Lobo, se desencostou da parede e, enquanto olhava para os corpos dos seus subordinados, desembainhou sua espada. Ele foi, andando lentamente, em direção a Allan e Marton. Ambos se prepararam para a luta.
                

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 24ª Parte

   A segunda lança não acertou em cheio por causa que, quando o Águia se virava e atacava, Marton avançara rapidamente, pelas costa do lanceiro, e cortara verticalmente as costas deste. Com um urro, o lanceiro acabou levantando um pouco a lança, errando, assim, o ataque. Os Ursos não haviam, também, percebido a investida de Marton. O Águia se esforçava para ficar de pé, suas costas jorravam sangue, mas ele se recusava a cair.
   O outro lanceiro resolveu avançar em Allan. Com um dos Ursos, iniciou uma onda de ataques sobre Allan, que ora desviava, ora bloqueava o ataque com a espada. Marton, do outro lado, esteve, por vários segundos, encarando os inimigos.Num pequeno momento, Marton estava quase dentro da área do seu alcançe.
   Um pouco antes de Marton chegar em seu ingresso, surge uma lança, da qual Marton se esquiva. Marton desviou abaixando, e continuou a avançar. Fez um grande corte no braço do Águia, que recuou com a dor. O Urso, estando Allan no seu alcance, balançou o machado e atacou o tronco de Allan, que esquivou-se, recuando. Do outro lado, Marton estava com a espada manchada de sangue, o lanceiro estava se esforçando muito para ficar de pé, e já tinha dois cortes nas costas, o Urso que lutava com ele estava atônico, pois não pudera fazer nada ainda.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 23ª Parte

   Quando Marton foi correndo em direção aos inimigos, os Águias ergueram suas lanças e viraram elas na direção de Marton, que continuava avançando. No momento em que Marton chegou no alcançe das lanças, os Águias atacaram simutâneamente, um com a mira mais alta, e outro com uma mais baixa. Com um salto para trás, Marton escapou do ataque. Allan estava mais longe, olhando.
   -- Vamos logo, molenga! -- Disse Marton para Allan, que, ao ouvir, se posicionou junto a ele.
   -- E como faremos? -- Perguntou Allan, com a faca na mão, ao lado de Marton, quando Jack deu um grito e, quando Allan olhou para trás, Jack lançou sua espada, que ficou fincada logo atrás de Allan.
   -- Se você vencer, você vai precisar de uma arma maior. -- Allan tirou a espada do chão e soube o que Jack quis dizer. Havia um prêmio, a espada do líder.
   Allan colocou a faca no cinto e segurou a espada com as duas mãos. Marton fez um sinal com a cabeça para que avançacem. Enquanto Marton rodeava os mascarados pela direita, Allan o fazia pela esquerda, até que Allan e Marton estavam um de frente para o outro e, do outro lado, cada Águia estava olhando um deles, e os ursos olhavam ora um, ora outro. Então Allan avançou para cima deles, o Águia, que estava do outro lado, virou-se e, junto com o outro águia, atacaram Allan quando este estava no alcance. Allan desviou o primeiro ataque, com a espada, e tentou esquivar o segundo, mas este cortou Allan no ombro.
               

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 22ª Parte

   Allan ainda relutou em ir sozinho, mas quando viu que Marton já estava de espada desembanhada, indo lutar, não pôde deixá-lo sozinho. Pegou sua faca, com a mão direita, e foi andando em direção aos saqueadores. Eram cinco, dos quais quatro também avançavam na direção do grupo. O lider ficara atrás, com a cabeça decepada.
   Cada um deles tinha uma máscara. A do líder tinha forma de uma cabeça de lobo, os outros quatro tinham máscaras de águia ou urso, dois a dois. Os que tinham a mascara de águia usavam, cada um, uma lança, com ponta de ferro e cabo de madeira, e uma armadura leve de couro. Os dois que tinham a máscara de urso usavam, cada um, um machado de uma face, de pedra, e uma armadura de couro reforçada no peitoral e coxas. O líder tinha uma espada de ferro, ensanguentada, na mão direita, um arco de madeira nas costas, a aljava de flechas estava numa bolsa, em suas costas também, uma armadura semelhante a dos lanceiros e uma cabeça na mão esquerda.
   A família estava amarrada, atrás do líder, que ficou parado, esperando a vitória de seus subordinados. A mulher usava um vestido verde e um prendedor em seus longos cabelos castanhos, a menina usava uma camisa vermelha do pai, e o garoto usava uma calça preta e uma camisa azul.
   Jack, Pelékun, Niko e Thalatta se sentaram embaixo de uma arvore, que fazia sombra. O líders dos saqueadores, então, colocou a familia para dentro da casa e se encostou na parede dela. Os Ursos vinham mais a frente, enquanto que os Águias avançavam ao lado deles.
   Do outro lado, vinha Marton na frente, segurando a espada com a mão direita, e Allan logo atrás, com a faca na mão direita.
   De repente, Marton avança com velocidade em cima do Urso da direita.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 21ª Parte

   No almoço não haviam caçado animal nenhum, para que não fossem descobertos. Neste dia, o sol estava brilhando muito, apesar de estar um pouco frio, pois estavam próximos das montanhas gélidas, do extremo norte do continente. Essa mistura fazia com que a brisa fosse levemente gelada, criando um ótimo estado de conforto.
   Haviam montado acampamento a pouco mais de um quilômetro da caverna alvo, e não seriam vistos facilmente porque, apesar de estarem junto ao lago, estavam entre muitas arvores. Allan esteve afiando sua faca, mesmo com a esperança de não ter que usá-la, Jack lhe mandou que a preparasse bem, para não perder o corte muito cedo.
   Algumas horas após o almoço, decidiram que estava na hora de ir trabalhar. Deixaram o acampamento armado e se vestiram para a batalha. Allan recebeu de Jack uma cota de aço, para proteger seu tronco, e colocou sua flauta na bota direita e sua faca num cinto, do lado esquerdo. Marton colocou uma fina camisa de bronze, ombreiras de aço, uma proteção de couro nos ante-braços e um protetor de quadril e coxas de aço, sua espada foi colocada nas costas.
   Thalatta continuou com a mesma armadura, protetores de quadril, ombro e peito, seu escudo-bumerangue ficou em suas costas. Pelékun pegou sua armadura completa de aço fortificado, um grande escudo de ferro muito grosso e o machado dupla-face, que tem a lâmina de prata e aço. Jack colocou uma armadura parecida com a de Pelékun, mas sem capacete, suas armas eram a faca de lâmina vermelha e uma espada larga de aço. Por fim, Niko não vestiu armadura, mas tirou a camisa e colocou três cintos no corpo, fazendo um Y nas costas e um X na frente. Colocou um arco de madeira refinada nas costas, uma espada de prata no quadril esquerdo, uma bolsa com flechas no direito e um saco fechado no meio do cinto horizontal. Nos dois cintos verticais estavam duas adagas de cabo de ouro e lâmina de aço.
   Pouco antes de chegarem ao pé da caverna, Marton ouviu um barulho. Era um grito desesperado, todos correram em direção a ele, e, ao chegarem, se depararam com cinco homens, com mascaras de animais, que haviam saqueado uma casa no meio da floresta. Do lado de fora estavam, além deles, a mãe da família, a qual havia dado o grito, uma pequena menina e um menino, pouco mais velho que Marton. No chão, o corpo de um homem, o pai da família, sem cabeça. Esta estava nas mãos do líder dos saqueadores, que parou o que estava fazendo ao perceber o grupo. Jack empurrou Allan e Marton em direção a eles e disse "Este é seu teste final".

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Aventuras de um Bardo - 20ª Parte

   Chegaram na Calipto, e esta era a maior taverna que Allan havia visto. Era um casarão, e, em si, era mais um hotel do que uma taverna. Tinha quatro andares, a partir do segundo estavam os quartos, dez por andar. No primeiro, estavam a taverna, a cozinha, um banheiro, o quarto do anfitrião e uma sala, que Allan não chegou a conhecer.
   Os quartos eram lindos, cada um tinha uma janela e um belo armário de madeira, e uma cama bem arrumada. Mas a diária era de vinte moedas de bronze, a semana uma moeda de prata, e o mês vinte de prata. Jack pagou por Allan, que ficou lhe devendo. Niko pagou por Marton, todos os outros puderam pagar por si mesmos.
   Cada um dormiu sozinho, em seu quarto. Allan ficou num quarto onde o sol batia pela manhã, arrumou suas coisas e desceu para a taverna.
   A taverna estava praticamente lotada, teve sorte que seu grupo havia descido antes e guardou lugar. Comeram e beberam bastante, Allan até tocou algumas músicas para o pessoal quando Thalatta lhe pediu. Marton esteve dançando todo este tempo, de um modo muito engraçado.
   Lá pelas dez horas da noite, foram dormir. Jack acertou com o pessoal que trabalhava lá para que fizessem o café da manhã bem cedo, para que partissem. Thalatta ainda passou no quarto de Allan, para ouvir algumas músicas, antes de ir dormir. O ronco de Marton podia ser ouvido em qualquer lugar da cidade, aquele garoto só podia dormir silenciosamente fora de uma cama.
   No outro dia, após tomarem o café, saíram da cidade, bem cedo. Agora estavam novamente na floresta, passaram por algumas vilas e acamparam próximo a um grande lago. Próximo dali estava uma caverna, onde estavam os inimigos. Almoçariam, descansariam e, ao pôr do sol, invadiriam e fariam seu trabalho.